17ª Romaria de Benigna Cardoso é concluída em Santana do Cariri

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Os alto-falantes da Igreja Matriz de Santana do Cariri amplificavam a gratidão da paróquia em louvor a Deus pelo testemunho de Benigna Cardoso, filha desta terra, a quem os fiéis invocam como “heroína da castidade”, enquanto à entrada da porta principal tremulavam bandeiras com as cores do vestido que ela usava no dia do martírio, cuja memória foi recordada neste sábado, dia 24 de outubro.

Há 79 anos, ao cair da tarde de uma sexta-feira, Benigna foi assassinada a golpes de facão por um rapaz que tentou violenta-la sexualmente. À época, o pároco do lugar, Padre Cristiano Coelho Rodrigues, escreveu no registro de batismo dela: “Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.

Esse testemunho de coragem e de fé é celebrado anualmente de 15 a 24 de outubro, assinalando o dia de seu nascimento e de seu martírio. Por causa da pandemia do novo coronavírus, a 17ª Romaria foi adaptada ao formato virtual como medida de segurança. A peregrinação com o quadro de Benigna, por exemplo, foi cancelada e as celebrações eucarísticas multiplicadas para evitar aglomerações. A peregrinação é o ponto alto, quando os fiéis vindos dos mais diversos recantos da Diocese – e até fora dela, vindos de outros Estados – saem em procissão do local do martírio, no bairro Inhumas, onde foi erguido um memorial, até a Matriz, participando, em seguida, da Santa Missa.

“Hoje, nós temos um exemplo na nossa vida. Muitos de vocês, muitos de nós estamos aqui porque nós queremos agradecer a vida e o testemunho de Benigna, que preferiu morrer do que pecar contra o 6º Mandamento [da Lei de Deus]. Isso é prova de amor. E ela passa a ser modelo, referencial para a nossa vida. E, como ela, nós queremos seguir e praticar os mandamentos”, disse o bispo de Crato, Dom Gilberto Pastana.

Apesar das restrições, os fiéis não deixaram de rezar e de prestar as suas homenagens a Benigna, a quem já aclamam como venerável enquanto aguardam a cerimônia que vai oficializar a beatificação. A missa estava marcada para o dia 21 deste mês, mas também foi suspensa em razão da pandemia.

“Não deixamos de celebrar, presencialmente, com um número limitado tanto dentro da Igreja como no Santuário paroquial, implorando de Benigna a sua intercessão diante dessa realidade, trabalhando a mensagem da beatificação: pela conversão do coração, para que, como Benigna, vivamos a fé interior dentro das nossas famílias”, disse o pároco, Padre Paulo Lemos. Ainda de acordo com ele, as comunidades também celebraram um tríduo em comunhão com a Matriz, cada uma em suas localidades, para “viver bem esse tempo de graça”.

A coordenadora de acolhida do memorial da jovem mártir, Maria da Penha Eleodoro, considerou que, embora sem o brilho da multidão de fiéis, sempre tão animada, a romaria deste ano deixa uma grande lição: tornar-se uma pessoa melhor “seguindo os passos da nossa santinha”.

Ainda não há uma data para a cerimônia de Beatificação, mas a Igreja do Brasil já vive a expectativa da proclamação de sua quarta beata, a primeira nascida no Ceará. Com as palavras do prefeito para a Congregação da Causa dos Santos, o representante do Papa que irá oficializar esse título, Benigna será ainda mais aclamada e venerada como “heroína da castidade”.

Para saber mais sobre a história de Benigna Cardoso, acesse aqui: https://diocesedecrato.org/benigna-cardoso-a-primeira-beata-do-ceara/

 

Por: Patrícia Mirelly/Assessoria de Comunicação

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