A comunicação na Igreja vai além do uso de ferramentas como uma câmera fotográfica para registrar momentos, por exemplo. Ela deve sugerir uma perspectiva estratégica de utilização dos meios de comunicação, como nas celebrações litúrgicas, com imagens e sons, de modo contribuir para a visibilidade, compreensão e participação dos fiéis, tendo o cuidado, no entanto, de não cair num ambiente dispersivo e não ocupar o centro das atenções. O mesmo vale para a Catequese das crianças que hoje vivem rodeadas pela tecnologia.

A reflexão é da especialista em mediações culturais e mestre em ciências da comunicação, Irmã Élide Fogolari, religiosa da congregação Paulinas, segunda convidada do ciclo de conferências promovidas pelo 2º Mutirão de Comunicação, Muticom, sediado pela Diocese de Crato na manhã deste sábado, dia 05.

De acordo com sua fala, que tratou da Igreja e da Mídia à luz do Documento 99, a preocupação está em conduzir a sociedade para uma reflexão sobre a influência dos meios de comunicação na vida das famílias e, consequentemente, na vida da sociedade, a fim de que todos os cristãos tenham condição de fazer o que chamou de “leitura crítica da comunicação”.

Outro ponto levantado diz respeito a uma reflexão sobre a natureza e a importância da comunicação para a vida da comunidade eclesial, nas relações entre seus membros, nos processos de evangelização e no diálogo com a sociedade. “Se nós não nos envolvemos com a sociedade na qual estamos vivendo, não estamos fazendo evangelização”, afirmou a religiosa que também levantou discussões sobre a missão que as pastorais de comunicação têm de levar aos cristãos católicos a promoção da cultura do encontro, conforme propõe o Papa Francisco.

Luz para a Igreja

O Diretório de Comunicação configura-se como grande e importante passo para o desenvolvimento das ações de comunicação na Igreja. Composto por um conjunto de dez capítulos, divididos em artigos, representa as Políticas de Comunicação da Igreja Católica no Brasil, sintetizando um processo de comunicação e projetando o presente e o futuro comunicativo da Igreja em diálogo com os demais segmentos sociais. A produção desse documento, no entanto, segundo Irmã Élide, foi marcada por vários momentos difíceis, demonstradas, inclusive, pela não aprovação inicial do texto, pelas várias revisões que precisou passar antes de se chegar à versão publicada em 2014.