Salve a Serva de Deus, Benigna Cardoso, de Santana do Cariri!

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Por causa do testemunho de fé da menina Benigna Cardoso, que tomou decisão muito corajosa em sua vida – encarou golpes de facões para não ter o corpo maculado – milhares de peregrinos acorrem a Santana do Cariri, na região forânea V, para louvar e agradecer os favores alcançados “na hora da precisão”, nas palavras da aposentada Maria Lica Fontes Saraiva, de 81 anos.  Ao cair doente, vítima da diabetes, foi “desenganada de tudo”. “Nem meu filho que é médico acreditava que eu ia resistir. Eu tinha só 30% do coração funcionando”, ela conta.

Um dia, porém, em sonho, Benigna lhe aparecera. “Estendendo as mãos para meu lado, como quem ia me abraçar. Foi quando eu abri um olho. Depois, mexi com as mãos”. Hoje, recuperada, a aposentada une-se aos outros tantos devotos, para experimentar, sobretudo, sentimentos de alegria, por tudo quanto Deus fez – e faz – em favor de seus filhos, e de gratidão pelo humilde e profético testemunho de amor da menina Benigna Cardoso.

“A devoção já extrapola os limites das redondezas; a romaria se tornou diocesana”, considera o pároco local, Padre Paulo Lemos.

Invocada sob o título de “Heroína da Castidade”, Benigna está em processo de beatificação. A fase diocesana do processo foi encerrada em 2013 e entregue à Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, por intermédio do  postulador, monsenhor Vitailiano Mattioli, falecido em dezembro de 2014. A ela já fora atribuído o título de “Serva de Deus”. Se aprovado o procedimento, a jovem será a quarta brasileira com o título de beata, depois de Nhá Chica, Padre Victor e Dom Othon Motta.

Dia de peregrinação

Um memorial foi construído no local onde acontecera o martírio (distrito de Inhumas, a 2 km da Igreja Matriz de Senhora Santana, padroeira do município). É lá onde os devotos se reúnem anualmente, em romaria, no dia 24 de outubro, data da tragédia. Depois participam da Santa Missa. Com piedade e contrição.

Nesta terça-feira, devotos vindos dos mais variados recantos da cidade de Santana, bem como das cidades circunvizinhas e até de outros lugares do estado – e fora dele -, fizeram o trajeto, em chão batido, para render louvores à mártir da pureza e da castidade.

A romaria, que este ano chegou à 14ª edição, celebrou: “Com o testemunho mariano de Benigna, celebramos os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida”.

Encontro com o Senhor

O ponto alto da romaria foi a Santa Missa, presidida pelo bispo diocesano, Dom Gilberto Pastana. Para a celebração, reuniram-se: padres, seminaristas, religiosas  pessoas consagradas, fiéis leigos e autoridades municipais.

Na homilia, o pastor diocesano expressou a alegria de estar em Santana e de ter caminhado, junto ao povo, no percurso até a Matriz: “Caminhei com vocês para sentir o calor espiritual, o calor devocional e da espiritualidade. Fiquei impressionado com a quantidade de crianças e jovens. Isso demonstra a iluminação do testemunho de Benigna, que, em sua simplicidade, vai tocando os corações. No mundo em que vivemos, ela nos ensina como vencer o mal pela graça de Deus. E nós somos convidados, hoje, a defender os valores da vida cristã e humana”, exortou ele a assembleia, também de forma especial aos devotos unidos por meio do rádio e da internet. Ao fim da celebração eucarística, lançou três desafios: retornar no próximo ano; comunicar o que experimentou e viveu, além de trazer mais gente para participar também.

Concelebram a Santa Missa os padres José Vicente (vigário-geral e cura da Catedral), Paulo Borges (Batateira, Crato), Padre Antonio (Nova Olinda), Paulo Evangelista (Tarrafas e vigário da Forania V), Cícero José (Basílica Santuário, Juazeiro), Wesley Barros (do Seminário São José), José Claudio (Barro), Idemário Muniz (Jardim), Adalmiram Vasconcelos (Farias Brito), Joaquim Cláudio (filho de Santana e pároco em Penaforte), Cícero Caboclo (Palestina, Mauriti), Tarcísio de Sales (Santa Fé, Crato), Damião Peixoto (Altaneira), Padre José Humberto (filho de Santana, mas serve em outra diocese), Padre Amós (Jati) e Padre Vileci Vidal (Araripe).

Para saber mais:

Benigna Cardoso da Silva nasceu em Santana do Cariri, em 15 de outubro de 1928. Era extremamente religiosa e temente a Deus. Aos 12 anos, começou a ser assediada por um rapaz com propostas de namoro, sempre rejeitadas de forma categórica. Depois de várias tentativas sem sucesso, numa tarde fatídica de sexta-feira, dia 24 de outubro de 1941, sabendo que Benigna ia pegar água numa cacimba próxima à sua casa, ficou o rapaz à espreita atrás do mato, observando-a com o pote na cabeça, com seus recém completados 13 anos. Ao aproximar-se, abordou-a sexualmente. Ela recusou, mas ele insistiu tentando violentá-la. Ela disse “não” com veemência e lutou heroicamente para se defender do ato pecaminoso, que no seu entender cristão ofenderia seu corpo. Daí ser considerada “mártir da pureza e da castidade”.

Oração à Benigna Cardoso (a ser rezada, sempre, às 16h)

Ó deus trindade,
nós vos adoramos,
louvamos e bendizemos!
Nós vos agradecemos pela vida
e o  testemunho de Benigna,
que preferiu morrer para não cometer pecado,
oferecendo-vos sua vida em plena adolescência,
defendendo sua pureza e sua virgindade.

Pedimos-vos, humildemente,
se for do vosso agrado, alcançarmos a graça de ver
essa vossa serva beatificada
e elevada à honra dos altares.
Que os nossos adolescentes e jovens
sejam imitadores de suas heroicas virtudes,
fortes na fé e na esperança,
a exemplo de Benigna.
Virgem maria, Mãe de Deus e da Igreja,
rainha dos mártires e das virgens,
intercedei por nós, como nossa advogada
junto a Deus Trindade,
para que vossa filha Benigna
possa merecer o reconhecimento de santidade.
Amém!

1 Pai-Nosso… 1 Ave-Maria…  1 Glória ao Pai.

(Com aprovação Eclesiástica)

Por: Jornalista Patrícia Mirelly

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