Quinta-Feira Santa: Memorial da Ceia derradeira

Compartilhe:

Ao entardecer desta quinta-feira (29), os fiéis se reuniram na Igreja Mãe, a Sé Catedral de Nossa Senhora da Penha, no Crato, para fazerem memória à Última Ceia, onde, reunido com seus discípulos, Jesus institui a Eucaristia, sacramento central da Igreja. A solenidade abre o Tríduo Pascal, que medita o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Na Igreja Catedral, em comunhão com as demais paróquias, a cerimônia foi presidida pelo bispo diocesano dom Gilberto Pastana, concelebrada pelos padres José Vicente Pinto (cura da Catedral) e Rocildo Alves Lima Filho (chanceler da Cúria Diocesana).

A Missa da Santa Ceia (ou do Lava pés) é marcada pela celebração da Instituição da Eucaristia, que se deu, justamente, na última Ceia. Cristo, que reunido com seus apóstolos, ao redor da mesa, “tomou o pão, deu graças e o partiu dizendo: ’ Isto é meu corpo, que é dado por vós”, pede: “Fazei isto em memória de mim!”. (cf Lucas 22,19). O gesto de Cristo inaugura também o mistério sacerdotal.

Nessa solenidade “está sintetizada a própria vida de Jesus”, ressaltou padre Rocildo. “A vida e a mensagem de Jesus se fundem e se encontram na Eucaristia, o seu corpo vivo. Na celebração eucarística está o pão da palavra e o pão vivo, alimento real. Todos os sacramentos apontam para a Eucaristia, onde a Igreja nasce e se alimenta”, explicou o padre, sublinhando: “A Eucaristia é, então, ‘síntese da vida Dele [Jesus]’ e que nos garante, para todo sempre, a sua presença, real e sacramental, na Igreja”.

Em uma liturgia mística e especial, a celebração contou ainda com o rito do lava pés. Relembrando o humilde gesto de Cristo, dom Gilberto depôs de suas vestes e cingiu uma toalha em sua cintura. Depois tomou consigo jarra e bacia e, de joelhos, lavou os pés de doze homens, representantes dos apóstolos que estavam com Jesus.

Para essa representação, foram escolhidas pessoas que atuam como leigos, no serviço da igreja, em comunhão com o Ana Nacional do Laicato, tais como Terço dos Homens (4), Comunidade Missão Resgate (3), Cursilho de Cristandade (3) e Pastoral da Família (2).

A atitude de lavar os pés – considerou o bispo durante a homilia – apresenta a humanidade de um Deus que é mestre, mas que se coloca a serviço do seu povo, que se desdobra em ação e serviço, doação e entrega.  “Jesus se mostra a identidade de mestre servidor, que dá a vida pelos seus para que os seus aprendam também a dar a vida a partir do exemplo e do testemunho do mestre”, ressaltou.

Além dos doze homens, dom Gilberto também lavou os pés da aposentada Maria Ilza da Silva, de 93 anos, cadeirante, que participava da santa missa na assembleia. As palavras deram lugar à emoção, pois ela não esperava tal gesto. “Me senti muito bem”, afirmou.

O gesto foi feito em comunhão, também, com a campanha da fraternidade que luta pela promoção da paz, por meio da superação da violência. O bispo citou a figura de Maria da Penha, ícone na luta de Defesa da Mulher, como exemplo.

Para o membro da Comunidade Missão Resgate, José Aureliano, que participou do rito do Lava Pés, “o Senhor também nos chama a sermos discípulos!”, revivendo esse gesto de amor e humildade de Jesus, na figura do pastor, que é o representante de Cristo.

Ao fim da celebração, o Santíssimo Sacramento foi trasladado para o altar lateral da Catedral, onde permaneceu exposto para adoração até às 22h.

 

Texto: Mychelle Santos/ Colaboradora

Revisão: Patrícia Mirelly

Fotos: Jornalista Patrícia Silva

Posts Relacionados

Facebook

Instagram

Últimos Posts