Quando a união faz a comunidade

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A saga da comunidade Malhada, zona rural do município de Crato, Ceará, tem seu ápice em dois nomes: Vilany Teixeira Algustinho e Cáritas Diocesana de Crato. Mas essa história, de lutas e resistências, só pode ser contada a partir da compreensão do estar coletivo. Malhada é um somatório de pessoas que não se esquivaram de buscar dias melhores e melhoria nos dias, ainda que, para isso, tivessem de enfrentar forte oposição. “A gente não acredita em político. Nunca acreditou. A gente acredita é na nossa associação”, diz Maria Socorro Fernandes, a Socorrinha, vice-presidente da Associação Comunitária Padre Frederico, onde tudo começou.

Ela, assim como sua mãe, Rita Maria da Silva, não faz esforço para buscar na memória as recordações primeiras da ação Cáritas na comunidade, hoje com 40 famílias, aproximadamente. Sentadas em cadeiras miúdas, as lembranças pairam como a brisa suave que vem da serra cratense, e se misturam as de Maria de Lourdes Lopes Cruz, a Maria “Migué”, presidente da associação, Paulo e João Domingos, outros tantos saudosos moradores que se reuniram no alpendre da casa de Dona Rita, para construir um depositário de emoções, lutas e conquistas.

Malhada desponta a partir da ponte feita entre a líder comunitária Vilany e a Cáritas Diocesana. A respeito de Vila, como carinhosamente era chamada, os moradores se referem com o sentimento profundo de quem se lembra de uma irmã muito amada. Foi ela a responsável por facilitar e, sobretudo, articular os projetos que trouxeram ânimo e esperança para o povo. “Era tudo difícil aqui. No início, a gente só tinha uma cacimba. Ninguém queria dar água pra nós, porque era muita gente. Aí foi e Vila, que já trabalhava por lá (na Cáritas), trouxe o projeto das cisternas. Depois veio o projeto de criação de abelhas, as roças comunitárias e outros. Sei que, hoje, graças a Deus, nunca mais faltou água pra nós”, lembra Socorrinha.

As ações e projetos acentuaram, então, a disposição para tempos novos, fazendo valer a condição cidadã dos moradores, sensibilizando-os para o enfrentamento e a transformação. “Tudo o que nós adquirimos aqui, tudo o que nós conquistamos, não tem um dedo de político”, garante Paulo Domingos, acrescentando que o maior legado deixado pela Cáritas Diocesana foi o empoderamento da comunidade, que se confirma nas palavras de Dona Rita. “A gente acha a sabedoria é no dia a dia da vida gente. A associação nossa aqui tem raiz, tronco e fruto”.

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