>> No mês dedicado às vocações, a história do casal chamado a propagar o amor de Nossa Senhora às famílias sedentas do divino, sedentas de vida e de dignidade.
Há um ano e oito meses, o casal Arialdo Antonio e Maria Sandra Duarte tem a importante e desafiadora missão de propagar o Movimento Sacerdotal Mariano (M.S.M), que se propõe a rezar pela fidelidade e perseverança dos sacerdotes, daí o nome ‘sacerdotal’. O convite chegou por intermédio de um seminarista, à época responsável estadual.
O casal, que antes participava apenas da Santa Missa aos fins de semana, na docilidade aos impulsos do M.S.M, foi chamado a viver e tornar presentes, nas famílias, a devoção e o zelo ao Imaculado Coração de Maria, por meio da realização de cenáculos (encontros para oração do Santo Terço) e da meditação do “Livro Azul” (cerne do movimento, contém meditações e inspirações do Padre Stefano Gobbi, fundador da obra, recebidas sob a forma de palavras interiores e orientações de Nossa Senhora, de como viver a devoção e a consagração ao Imaculado Coração).
Segundo a espiritualidade do movimento, às famílias que fizerem os cenáculos de oração, Nossa Senhora promete uma bênção que ‘cimentará’ o amor mútuo entre os casais, defendendo-os contra as chagas do divórcio, da separação e da infidelidade, salvação das almas dos filhos e cuidado em todas as necessidades materiais e espirituais, além da proteção contra todos os males.
E a promessa é cumprida com perfeição. Hoje, sob a responsabilidade do casal, o movimento já está presente nas cidades de Abaiara, Barbalha, Brejo Santo, Porteiras e Riacho Seco, comunidade rural de Missão Velha. A disposição em difundi-lo, apesar dos desafios, tem rendido incontáveis frutos, de alívio espiritual às famílias sedentas do divino às campanhas de doação de objetos e alimentos.
Nesse acolhimento recíproco à missão, o casal ainda conta que a reza diária do Terço tem levado à experiência de um matrimônio e uma família feliz, favorecendo um “melhor discernimento nos momentos de dificuldades, mais compreensão uns com os outros na solicitude às pessoas que necessitam, na compreensão melhor da partilha e mais aproximação familiar” (o casal tem quatro irmãos que também são responsáveis pelo Movimento).

Desafios do matrimônio
Atento ao descortinar de um mundo secularizado, fruto de um individualismo exasperado que desnatura os vínculos familiares, o Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, dedica um capítulo inteiro à promoção da dignidade do matrimônio e da família, definindo o primeiro como “comunidade de vida e de amor, colocando o amor no centro da família e mostrando, ao mesmo tempo, a verdade deste amor face às diversas formas de reducionismo presentes na cultura contemporânea”. O verdadeiro amor entre marido e esposa – diz o documento – implica a doação recíproca de si, inclui e integra a dimensão sexual e a afetividade, correspondendo ao desígnio divino.
Para o casal Duarte, o desafio do matrimônio num mundo em fase de secularização é “permanecer junto”. “A união de um casal é construída ao longo do tempo”, ressalta. Para isso, no entanto, há que compreender o outro, perdoar e aceitar seus defeitos e limitações. “Conviver, partilhar, entender o outro não é tarefa fácil. Ao longo dos 21 anos de matrimônio, erramos, acertamos, perdoamos, compreendemos, fazemos escolhas e tomamos decisões juntos”. De acordo com os dois, além de buscar aprender um com outro, também é necessário edificar a família na fé, de modo a encontrar a verdadeira felicidade. “Ter alguém para falar, sorrir, chorar, desabafar, brigar, rezar, amar… Isso se chama felicidade”, destaca o casal.

Alegria de viver juntos
Arialdo e Sandra Duarte avaliam que, quando o casal reza junto, há “uma maior proximidade um do outro”, porque tudo é feito com mais prazer e companheirismo. Aos jovens, apáticos à ideia de casamento, pela fragilidade dos afetos e sentimentos, o casal orienta que a plena felicidade passa pelo amadurecimento da dimensão emocional e no desenvolvimento afetivo, por meio da promoção do diálogo. “Ter alguém para compartilhar nossos momentos quando já não temos mais 15 ou 20 anos é, realmente, uma dádiva de Deus. O que o jovem de hoje precisa é saber escolher a pessoa com quem quer conviver, não achar que uma paixão será um eterno amor, precisa encontrar alguém disposto a dividir e enfrentar as dificuldades que virão, alguém temente a Deus que possa perdoar, entender e viver o compromisso do sim dado no altar, sob a proteção de Jesus Cristo”.






