Referência na formação teológica-litúrgica para as regiões Norte e Nordeste, o 25º Nordestão de Liturgia foi realizado entre os dias 21 e 29 de janeiro, no Centro de Expansão Dom Vicente de Araújo Matos, em Crato. A Eucaristia de encerramento contou com a presença de Dom Magnus Henrique Lopes que, pela primeira vez, presidiu uma celebração junto aos cursistas.
O curso, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e sediado há 14 anos na Diocese de Crato, reuniu, em 2023, 99 participantes, entre padres, diáconos, leigos e leigas agentes de pastoral. Vindos de vários estados brasileiros, os cursistas foram chamados a experimentar a dinâmica da liturgia celebrada no chão nordestino.
A gênese do Nordestão remonta o ano de 1994. “O Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, em São Paulo, realizava um curso, para o qual iam pessoas de todo o país”, recordou Frei Faustino Paludo, ex-assessor de liturgia da CNBB e professor no Nordestão. Nessa época, segundo ele, muitos nordestinos enfrentavam dificuldades em se deslocarem ao sudeste para obter formação. “Foi percebido o clamor dos nordestinos pela formação litúrgica. Nós, da assessoria da CNBB, acertamos para julho desse ano uma reunião com os participantes nordestinos em Floriano, no Piauí, onde, na época, o bispo era Dom Fernando Panico”, disse o frade.
De acordo com Frei Faustino, foi a partir desta e de outras reuniões no município piauiense, que foram discutidos assuntos como a grade curricular, os objetivos e o rosto do curso. “Inculturação, caráter popular e uma liturgia com o rosto nordestino”. Mas, foi no seminário diocesano de Fortaleza, em janeiro de 1996, que teve início a primeira edição de um curso que passou a acolher não só ao Nordeste, mas também a outras regiões, como o Norte, de participação expressiva até os dias atuais.
O Nordestão de Liturgia foi sediado por cerca de dois anos na capital cearense, mas depois foi transferido para Canindé, onde permaneceu por 11 anos. Ainda segundo o frade, a vinda do curso para a Diocese de Crato em 2009, trouxe solidez para o encontro. “Dom Fernando Panico trazia muita segurança para nós, ele quando viu os desafios de organizar um evento com tanta gente e fez questão de trazer o Nordestão para cá”.
Completando 25 anos de fundação, o Nordestão de Liturgia já acolheu cerca de 2 mil cursistas que tiveram aulas com grandes nomes da liturgia da Igreja no Brasil, como Dom Edmar Peron (atual presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB), Dom Hernaldo Farias (bispo da Diocese de Bonfim), Dom Jerônimo Pereira, OSB, o próprio Frei Faustino Paludo, Padre Josenildo Nunes e Padre Alberto Reani.
Também, com o passar dos anos, filhos da casa se tornaram professores, e nas salas onde tanto aprenderam, de alunos tornaram-se formadores. Assim aconteceu com o Padre Joaquim Ivo (atual coordenador do curso), Adeleni Milfont, Padre José Janedson, Padre Wesley Barros, e tantos outros.
A 25ª edição do Nordestão de Liturgia foi permeada por gratidão, mas também com a saudade daqueles que já partiram, entre eles o Padre Marcelino Sivinski, falecido em junho de 2022 e Reginaldo Veloso, falecido em maio do mesmo ano.
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Texto e fotos: Denilson Rodrigues
Revisão: Assessoria de Comunicação










