“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecl 3, 1). Com este versículo retirado do livro do eclesiástico, antigo testamento, dom Fernando Panico iniciou sua homilia no encerramento da festa do Imaculado Coração de Maria, em Abaiara, neste dia 25 de setembro. Durante a homilia o bispo anunciou que os próximos três meses serão os últimos em que ele estará a frente da diocese de Crato. ” Chegou a hora de entregar o báculo. Até estes últimos três meses do ano estarei em nossa diocese, mas no dia primeiro de janeiro de 2017 entregarei o bastão de pastor para dom Gilberto. Agradeço pela confiança de cada um. Vocês vão fazer parte da minha história”, disse.

Dom Fernando Panico é o quinto bispo da diocese de Crato. Antes dele estiveram dom Quintino Rodrigues de Oliveira, primeiro bispo, que exerceu seu episcopado de 1º de janeiro de 1916 a 28 de dezembro de 1929, data do seu falecimento; dom Francisco de Assis Pires, segundo bispo, assumiu o bispado dia 10 de janeiro de 1932 ficando até o dia 24 de outubro de 1959, data em que renunciou por motivo de saúde; o terceiro bispo foi o dom Vicente de Paulo Araújo Matos, que chegou a diocese de Crato como bispo auxiliar no dia 15 de agosto de 1955, assumiu o bispado em 19 de março de 1961 e renunciou por motivo de saúde, em 01 de junho de 1992; o quarto bispo, hoje bispo emérito, dom Newton Holanda Gurgel foi bispo auxiliar de dom Vicente e assumiu o episcopado de Crato em 17 de novembro de 1993, ficando até 02 de maio de 2001, quando seu pedido de renúncia por motivo de saúde foi aceito. Dom Fernando Panico assumiu a diocese em 29 de junho de 2001 e está até os dias atuais, agora auxiliado por dom Gilberto Pastana de Oliveira, que assumiu a missão de bispo coadjutor de dom Fernando em 17 de julho de 2016.

Confira algumas palavras de dom Fernando durante a homilia que emocionou toda a assembleia:

“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus”. (Ecl 3, 1)

Há quinze anos cheguei aqui na diocese de Crato com todo meu entusiasmo, com toda a minha pujança, um bispo relativamente jovem ainda, mas agora o peso da enfermidade e da idade que começa a avançar, fizeram com que eu pedisse ao Papa Francisco misericórdia com vocês e comigo, e o Papa enviou para a nossa diocese um bispo coadjutor, o dom Gilberto Pastana. Eu espero que vocês saibam acolhê- loe amá-lo como aquele bom pastor que Jesus envia para dar continuidade a missão de conduzir o rebanho de Deus nesta diocese. Chegou a hora de partir. Chegou a hora de entregar o báculo. Até estes últimos três meses do ano estarei em nossa diocese, mas no dia primeiro de janeiro de 2017 entregarei o bastão de pastor para dom Gilberto. Agradeço pela confiança de cada um. Vocês vão fazer parte da minha história.

O meu testamento como bispo de vocês é: Sejamos todos entusiastas da nossa fé, buscando sempre mais o nosso encontro pessoal e comunitário com Jesus que é fonte de amor e vida. Encontrando Jesus encontraremos nossa verdadeira realização.

Todos devemos buscar sempre mais a doçura do relacionamento entre nós, a doçura que exige paciência nas adversidades, exige mansidão nas provações. Queridos, como é grande esse compromisso. Na saúde e na doença, na boa sorte e na má sorte somos chamados a permanecer na fé. A sermos estes homens e mulheres de fé, entusiastas.

Que Nossa Senhora nos estimule, nos ajude a sermos como ela foi, humilde discípula do Senhor. “Faça- se em mim, segundo a Tua palavra”. (Lc 1, 38)

Que o coração de Maria os ensine a sermos fraternos, justos, caridosos, serviçais. O serviço faz parte do amor, o amor nasce da misericórdia e a misericórdia vem de Deus.

Dou graças a Deus por vocês e vocês me ajudem também, embora em meio a tantas dificuldades e provações, a dar graças a Deus pelos anos que passei com vocês. Anos de alegria, anos de muita paz.

Rezem para que eu possa caminhar com mansidão e paciência até a pátria celestial, a casa dos filhos de Deus.