Há 25 anos o então diácono Benedito Evaldo Alves era ordenado padre para a Igreja de Cristo. Aquele dia 26 de dezembro, celebrado em 1992, marcou não só a vida do neo- sacerdote, mas de toda diocese de Crato que acolhia, naquele momento, mais um membro do corpo presbiteral. Os anos passaram e nesta terça- feira, dia 26 de dezembro de 2017, o bispo dom Gilberto Pastana, com padres, diáconos e o povo de Deus se reuniram, na Paróquia São Vicente Férrer, em Lavras da Mangabeira, para celebrar, com ele, o jubileu de prata sacerdotal.
A missa foi campal, em frente a Matriz, e a organização impecável. Os paroquianos, em sua maioria, estavam vestidos, padronizados, com uma blusa estampada com uma foto do pároco no dia da ordenação e outra hoje, 25 anos depois. Isso porque, segundo Zélia Almeida, a comunidade o tem “como parte da família”. A oração deste dia era de agradecimento a Deus pelo sacerdócio do “amigo” padre Evaldo.

Pátio da Igreja Matriz de Lavras da Mangabeira durante a celebração. (Foto: Patrícia Silva)A ornamentação do espaço foi feita inspirada nos dons do Espírito Santo. O jogo de iluminação e a qualidade som contribuíram para que todos participassem bem da celebração. Aos cinquenta padres que concelebraram foi dada, a cada um, uma estola; já o aniversariante e o padre Vileci Vidal, concelebrante principal, receberam uma casula e o bispo, além da casula, ganhou também uma mitra. Tanto nas estolas, como nas casulas e mitra, estavam bordados dois símbolos: uma pomba, representando o Espírito Santo, e uma lâmpada acesa, símbolo da perseverança.
Dom Gilberto presenteou o aniversariante com um cálice e, a partir da oração eucarística, passou a presidência da celebração para ele dizendo: “Eu convido agora o padre Evaldo para assumir a presidência dessa celebração e assim viver, com mais intensidade, esse ministério que foi confiado a ele: o ministério presbiteral”.
Ao final da missa foram cantados os parabéns com um bolo de quatro andares e, depois, servido um jantar para todos, no pátio da Matriz, em tendas armadas e identificadas com os nomes das paróquias pelas quais o padre passou durante seu sacerdócio.
Sacerdote e amigo
À frente da diocese de Crato há quase um ano, dom Gilberto Pastana falou, em sua homilia, da alegria de ter o padre Evaldo como membro do clero. “Hoje juntamos nossos corações e mentes para render graças ao nosso bom Deus e Pai, pela vida, vocação e missão desse nosso irmão padre Evaldo. Somos profundamente gratos pela sua presença fraterna em nosso meio, pelo seu testemunho e pelo seu desejo de renovar e atualizar sua consagração a serviço do Reino na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e no mundo”, disse.

Padres da diocese de Crato, em sua maioria, da arquidiocese de Fortaleza e diocese de Cajazeiras participaram da celebração. Dentre eles estava o padre Vileci Basílio Vidal, hoje coordenador diocesano de pastoral da diocese de Crato. Padre Vileci foi colega de seminário do padre Evaldo. Eles estudaram juntos e da turma de sete, só eles dois perseveraram no sacerdócio. “Ele sempre foi muito determinado no que ia fazer. Todos nós brincávamos que um dia ele seria bispo. De fato ele tem dado para todos nós um testemunho de sacerdote. É um padre que tem muitos padres amigos, você vê que hoje muitos padres estão celebrando aqui com ele. Ele me ajudou muito em minha caminhada como seminarista e até hoje, como padre. Eu sempre o tive como um irmão muito próximo. Ele tem um comportamento de padre exemplar, por onde ele passa deixa sua marca de sempre fazer as coisas com muita dedicação” disse o padre Vileci, destacando ainda o cuidado que padre Evaldo tem com as pessoas, levando afeto na hora que precisam.
Os 25 anos de sacerdócio tornou-se inspiração também para sacerdotes mais novos. De acordo com o padre Paulo Evangelista, presbítero há 2 anos, o sacerdócio do padre Evaldo o “incentiva e motiva a continuar sendo fiel ao chamado do Senhor”.
Gratidão
Movido por grande espiritualidade o padre Evaldo se preparou para a celebração do jubileu de prata sacerdotal, vivenciando o silêncio interior e orante, iluminado pelo Espírito Santo, no itinerário de 2011 a 2017. “Na chama da luz de Cristo fui sentindo a necessidade de reaver a fé, reacender a chama do chamado sacerdotal no mundo que muda”, disse ele.
“A cada ano acendeu-se uma luz inspirado em sete vocações bíblicas, sete sacramentos, sete dons e frutos do Espírito Santo, sete modelos de santidade, sete caminhos para humanizar-se, sete apelos de conversão dos pecados capitais e por fim sete lugares de missão”, disse ele referindo-se aos lugares por onde passou como sacerdote.

Sobre celebrar o jubileu de prata, padre Evaldo disse que é “voltar às fontes das motivações”. “Foi santo e bom viver sete anos de um silencioso retiro para fortalecer o chamado de Deus no amor serviço e começar de novo com entrega incondicional a Deus, a Igreja e ao seu povo”, e, parafraseando Santo Agostinho, o padre afirmou: “Todas as minhas recordações são ação de graças”.
Padre Evaldo ainda disse ter consciência de que cada época tem seus desafios a serem superados, com amor e realismo, na busca de dar bons frutos configurados a Cristo no mistério da cruz salvadora e redentora, por isso reza para que Deus lhe dê a graça da perseverança e fidelidade ao santo evangelho.
Histórico Missionário
Padre Evaldo nasceu em 14 de setembro de 1963, em Aurora, e é filho de Benedito Alves e Joana Alves Barbosa. Foi batizado dia 21 de setembro de 1963, fez a primeira eucaristia dia 18 de dezembro de 1970 e crisma em 5 de agosto de 1977.
Foi ordenado diácono em 15 de agosto de 1992 e sacerdote em 26 de dezembro de 1992, pelas mãos do bispo dom Newton Holanda Gurgel, na Matriz do Senhor Menino Deus, em Aurora.
Na diocese de Crato foi reitor do Seminário Diocesano São José, pároco da extinta paróquia São José do Seminário, da Paróquia Nossa Senhora das Dores (Jamacaru), Paróquia Santo Antônio (Jardim), Paróquia São Sebastião (Mangabeira), Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Quiaiús), e, desde o ano 2000, está como pároco da Paróquia São Vicente Férrer, em Lavras da Mangabeira.
Ele também já foi coordenador diocesano de pastoral; membro dos conselhos presbiteral, econômico e colégio de consultores; diretor espiritual (paroquial, setorial e diocesano) do ECC; vigário forâneo nas foranias 3 e 4; representante do clero. Atualmente ele é o responsável pelo acompanhamento dos padres que estão no início da vida ministerial.
Por: Jornalista Patrícia Silva (TEM 3815/ CE)











