Pe. Alessandro Campos, natural de Minas Gerais, foi acolhido pelo bispo da Diocese de Crato, Dom Fernando Panico, neste sábado, dia 23, no Estádio Mauro Sampaio, em Juazeiro do Norte-CE, onde realizou um show de evangelização. Na oportunidade o padre sertanejo, falou sobre a devoção do povo ao “Padim Ciço”, a naturalidade com que encara o trabalho diante das câmeras, a evangelização através da música e compromisso em levar ao “Aparecida Sertaneja”, programa que apresenta semanalmente, na TV Aparecida, o cantor juazeirense Jota Farias.
Patrícia Silva (PS): Como o senhor se sente em estar aqui, na terra do Padre Cícero, realizando este show para o povo romeiro da Diocese de Crato?
Pe. Alessandro (PA): Eu não sei se existe uma outra palavra que seja mais do que felicidade. Acho que não existe. Estou muito feliz, porque, como dizia agora mesmo para Dom Fernando Panico, eu tenho um carinho muito especial pelo povo nordestino. Sou de família mineira e eu pensava que, Minas Gerais, os mineiros, eram as melhores pessoas do Brasil. Depois que conheci o Nordeste e Juazeiro, há quase quatro, cinco anos atrás, eu descobri que o povo nordestino é o povo melhor do Brasil, que é o povo que tem fé, a fé simples, a fé que vai até Deus, que chega pertinho de Jesus Cristo. É o povo que acredita, é o povo acolhedor, é um povo festeiro! O que eu prego, Jesus, Deus, nos escreveu para ser felizes. Deus não nos criou para a tristeza. Deus não nos criou para depressão, pra angústia, pro sofrimento. Não. Deus disse: Eu vim para que todos tenha vida e a tenham em abundância, a tenham em plenitude. Deus nos quer felizes. E o povo nordestino, ainda que com a seca, ainda que com as dificuldades, que, tantas vezes, o nosso país não olha com carinho, mas é um povo feliz e um povo que tem Jesus Cristo. Isso é o mais importante. E é o único povo que tem um “Padim” do Brasil, que é o padre Cícero. E eles são privilegiados por isso.

PS: O senhor é conhecido pela mídia como o padre sertanejo. Isso interfere, de alguma forma, em sua missão sacerdotal?
PA: De maneira nenhuma! Nós estamos com o nosso querido Papa Francisco, que depois que assumiu seu pontificado, disse para todos nós, padres: é preciso que vocês saiam das sacristias e vão até o povo. É isso que estou fazendo. Não estou pregando um novo evangelho. É o mesmo Jesus, é o mesmo evangelho, mas com uma pedagogia diferente. A nova evangelização é essa, que o Papa João Paulo segundo já vinha pedindo. O Papa Bento, também, o nosso papa emérito, e agora o Papa Francisco. Precisamos de uma nova evangelização. Não é o novo evangelho. É o evangelho, o mesmo evangelho, o mesmo Jesus, mas anunciado de diversas maneiras. A Igreja é tão bonita, porque ela tem várias pastorais, vários movimentos, mas ela tem uma coisa que mais me encanta: a unidade na diversidade. Isso, na Igreja Católica, me fascina.
PS: E qual a mensagem o senhor gostaria de deixar para o povo do nosso Cariri?
PA: Sem o “Padim Ciço” não somos nada! (risos). Muito obrigado ao povo, aqui, do Cariri, o povo do Juazeiro, meu povo do “Padim Ciço”. Eu estou felicíssimo por estar aqui! Nunca esqueçam, nunca, nunca, jamais: que você pode ser o homem mais importante do mundo. Você pode ser a mulher mais importante… Há um ditado popular que diz: quando mais alto você estiver, sem Deus, pior será a sua queda. Sem Jesus Cristo não somos, absolutamente, nada. Depois, por que você espera resultados diferentes, se você faz tudo sempre igual? Deus não vai mudar a sua vida, se você não mudar primeiro. E nós temos um péssimo defeito: ficamos colocando culpa em alguém, ou em Deus, das coisas erradas que escolhemos fazer na nossa vida. E, para encerrar, queria dizer a vocês, meus queridos: acreditem! O homem, a mulher, o padre, o bispo, o político, o homem decepciona. Jesus Cristo jamais vai decepcionar você! Tenha sempre a fé em Jesus Cristo, que ele não nos decepciona.

PS: Padre, como é que o senhor se sente em evangelizar através da música? Fala pra gente sobre isso!
PA: Sinto feliz, porque a música, já dizia Santo Agostinho, quem canta reza duas vezes, não é? A gente sabe muito bem que, é um caminho maravilhoso pra evangelizar, porque nós atraímos a juventude, as crianças, a família. Aqui está o nosso amigo Jota Farias, que é um grande artista e que também é artista de Jesus Cristo. Talvez ele possa dizer isso melhor do que eu, o que ele acha de tudo isso. E… agora, conversando com ele, falando que vamos levá-lo no “Aparecida Sertaneja”, porque amo o Nordeste, quero, em nome dele, agradecer a acolhida e quero, sobretudo, deixar aqui registrado, o meu compromisso de levá-lo no programa pra poder valorizar, mais ainda, o nosso povo nordestino e o povo de Juazeiro, o povo do “Padim Ciço”.
Reportagem: Patrícia Silva
Decupagem: Patrícia Mirelly





