Sabe aquela vela grande que encontramos acesa ao lado do altar durante as celebrações dos cinquenta dias do Tempo da Páscoa? Ela é o Círio Pascal, um dos símbolos mais importantes deste tempo litúrgico, pois representa o Cristo Ressuscitado. A morte não venceu. Cristo nos oferece vida nova. O túmulo está vazio. Isso tudo é vivenciado durante a celebração da vigília pascal que deve acontecer hoje, dia 15, à noite em sua paróquia. Nela o círio é aceso pela primeira vez.
Para você entender melhor qual o sentido do Círio Pascal na liturgia da Igreja vamos iniciar falando de sua morfologia. A palavra círio, quer dizer “cera”, ou seja, círio pascal: cera da páscoa. Esta vela, que é maior do que as que costumeiramente acendemos, traz as marcas do ano em curso, afirmando que Jesus é o Senhor do tempo e da história, os cravos, que simbolizam as chagas de Jesus na cruz (Ele está ressuscitado, mas traz consigo as marcas da cruz), o alfa e o ômega (letras do alfabeto grego, o nosso A e Z), para dizer que Jesus é o princípio e o fim.
“O Círio Pascal é o verdadeiro símbolo litúrgico para representar o Cristo ressuscitado. Algumas comunidades apresentam a imagem do Senhor ressuscitado, mas fazem isso erradamente. O Círio tem o objetivo de oferecer a todos a luz que dissipa toda treva, ou seja, o próprio Jesus que vence a morte”, explicou o padre Aureliano Gondim membro da Pastoral Diocesana da Liturgia.

A dinâmica de espiritualidade presente neste símbolo litúrgico é tão grande que atrai pessoas a confeccioná-lo, não só como um objeto, mas como um meio orante. Este é o caso do seminarista do terceiro ano de filosofia do Seminário Diocesano São José, o Edmo Galvão, que há dois anos fez do interesse por artesanato e artes gráficas uma forma de contribuir com a vivencia litúrgica da Igreja. “Só de saber que eu estou fazendo o trabalho de confeccionar um símbolo tão importante me sinto feliz. Fico satisfeito em ver meu trabalho numa Igreja”, disse.
Edmo demora em média três horas para desenvolver a arte em cada Círio e a paixão por este trabalho é tão grande que ele faz questão conciliar os estudos com esta atividade.
Mas você pode estar se perguntando: E após os cinquenta dias da Páscoa, o que fazer com o círio? Bom, segundo as explicações do padre Aureliano, ao acabar este tempo litúrgico o círio deve ser colocado ao lado da pia batismal, para ser utilizado durante as celebrações do batismo representando a luz de Cristo que quer tocar as nossas vidas.





