Uma ação evangelizadora em saída. Saída que significa abertura, generosidade, encontro com a realidade além da diocese, das paróquias. Foi para isso que se propuseram os quarenta e dois missionários, entre padres, diáconos permanentes, seminaristas e casais leigos vindos de Apuracana, no Paraná, e que desembarcaram em Crato no último sábado, dia 08.
Tal como num intercâmbio e tendo a “Alegria do Evangelho” como carta magna, a intenção foi realizar uma semana de missão no bairro Batateira, região periférica da cidade, como forma de agradecer a presença das Irmãs Franciscanas, que durante muitos anos foram presença forte nas terras do Sul e hoje emprestam seu ardor missionário ao bairro cratense.
Como discípulos missionários, pondo à disposição do Reino seus talentos, sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus às famílias, revigorando o anúncio do Evangelho, Luciana Alves, integrante da comitiva, conta que é impossível enumerar os aprendizados adquiridos. “O coração fica abalado com as situações que a gente presenciou, mas fica também cheio, porque a fé das pessoas é muito grande. Aqui o povo é sustentado pela fé”, afirmou.
Fazer da vizinhança comunidade de fé
Presidindo a Santa Missa na manhã desta quinta-feira, dia 13, penúltimo dia da Semana Missionária, Dom Gilberto Pastana, bispo diocesano, considerou que é a missão iniciada deve suscitar na vizinhança “uma comunidade de fé”. “Criar aproximação, vizinhança, retira de nosso meio tudo aquilo que é individualismo. As comunidades que fazem isso – e isso aqui eu tenho uma estatística – até a violência diminui, porque as pessoas cuidam mais uma das outras, se preocupam mais com outro, são mais solidárias, conhecem as necessidades e se organizam em cima dessas necessidades e até lutam por aquelas necessidades que são comuns”, pontuou o bispo.
A aposentada Lucia Maria da Silva, 67 anos, acenando às palavras do pastor diocesano, disse que a semana de missão foi “uma bênção”. Moradora do bairro Batateira, ela contou, animada, que os missionários “vão deixar uns papéis pra gente ler, pra gente cantar e rezar, assim, na comunidade”, contou, saltitante.
É essa alegria que, segundo o padre Jeferson Nogueira da Mata, da Diocese de Apucarana, levará como experiência sacerdotal desses dias de missão. “Cada missão tem uma peculiaridade, tem um rosto novo. E, por detrás de todo esse rosto novo sempre tem o Cristo, com quem a gente se encontra. Então, aqui em Crato, a grande experiência é a alegria do povo”, destacou.