Na manhã deste domingo, 20, cerca de duas mil pessoas das diversas paróquias da Diocese de Crato, e de outras dioceses, participaram da 16ª Romaria das Comunidades ao Caldeirão do Beato José Lourenço, que este ano trouxe como tema: “As CEBs na Teia da Sustentabilidade”.
Segundo o Coordenador Diocesano de Pastoral, Padre Vileci Basílio Vidal, a cada ano a romaria ao caldeirão faz crescer a consciência do povo para a atenção ao próximo. “A espiritualidade está florindo no espírito de solidariedade, de comunhão, onde a força, a fé do nosso povo faz crer que o caldeirão é esse chão sagrado, terra de romaria. O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto é o reencantamento de outro mundo possível onde a base da comunidade é o comunitarismo movido pela solidariedade e pela fé”, afirmou.

Para a Coordenadora Diocesana do Ministério da Caridade, Geysa Grangeiro, a comunidade tem uma mística que a alimenta espiritualmente na luta pelo povo. “Aqui no Caldeirão temos a devoção a Santo Inácio de Loyola, mas ao redor dessa história temos muitos leigos que deram a sua própria vida, então, identificar-se ou buscar conhecer e encarnar a experiência do laicato aqui na luta, faz com que a gente retome o compromisso com o povo. Sou leiga, comprometida, mas aqui no caldeirão é um aprendizado e há toda uma mística e espiritualidade que me alimenta, eu me sinto realizada na luta pelo povo”, destacou.
Jovens marcaram presença no evento no intuito de realizarem a experiência de profetismo. “A romaria das comunidades é uma experiência de profetismo. Pisar no chão sagrado e de resistência é sinal de compromisso com as comunidades eclesiais de base”, afirmou a coordenadora regional da Pastoral da Juventude, Ludymilla Yanna.
A programação seguiu de acolhida aos peregrinos, santa missa presidida pelo Padre Vileci e apresentações culturais.

História
Por causa da história do local, o Sítio Caldeirão se tornou o símbolo que identifica e dá unidade a todas as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Diocese de Crato. Com isso o evento promovido pelas CEBs diocesana e outros movimentos, vem se tornando tradicional, pois a cada ano atrai mais pessoas para resgatar a história do local que é marcada pela religião, fraternidade e morte, quando romeiros imigrantes liderados por José Lourenço (Beato José Lourenço), se estabeleceram no local, com muitas riquezas naturais, doado pelo Padre Cícero Romão Batista para trabalharem em favor da comunidade e onde parte da produção da terra era posta em comum e outra vendida para aquisição de produtos para a manutenção da comunidade.
No ano de 1937, após a morte do Padre Cícero, ocorrida em 1934, as forças do governo da época invadiram o local provocando um massacre na comunidade.





