Membros do Orfanato Jesus, Maria, José festejam os 102 anos de sua criação

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Criado no dia 8 de abril de 1916 pelo padre Cicero Romão Batista o Orfanato Jesus, Maria, José completará próximo domingo 102 anos. Para festejar tamanhos frutos colhidos deste tempo de história, membros da instituição se reuniram ao final da tarde desta sexta- feira, 06, para participarem da Missa que foi presidida por dom Gilberto Pastana.

A celebração foi uma grande catequese para as crianças. De forma dinâmica e pedagógica o bispo introduziu os pequenos no mistério pascal de Cristo. Na homilia, a frente do altar como gesto de proximidade, dom Pastana deixou ir à ele as crianças, na certeza de que é delas o reino dos céus. Para gerar diálogo e compreensão sobre o que foi falado ele dialogou, perguntou, vibrou com as respostas certas e pacientemente ensinou quando eles erraram. Com relação as leituras ele indagou-as sobre o que foi falado. “Se vocês encontrarem alguém lá fora e eles perguntarem se vocês participaram de uma missa vocês responderão o que? E o que disse o evangelho? Vamos reconstituí-lo”, disse.

Apresentando as ações dos discípulos no evangelho que narrava a missão da comunidade (Jo 21,1-14), o bispo deixou três ensinamentos importantes: ser solidário, persistente e obediente a Deus. O discurso foi construído com a participação das próprias crianças. Quando dom Pastana perguntou sobre quantos peixes Simão Pedro puxou na rede, rapidamente José Vinicius Bezerra, de 9 anos, respondeu: “foram cento e cinquenta e três”. Assim foi durante toda a homilia caracterizada pela linguagem simples e objetividade.

“É importante a gente ser solidário, não ir sozinho. Pedro disse que ia pescar e os demais discípulos o acompanharam. Também nunca podemos desistir dos nossos objetivos, devemos ser obedientes a Deus. A consequência disso na vida dos discípulos foi que pegaram muitos peixes. Quando a gente obedece a Jesus acontece o milagre em nossa vida”, ensinou o bispo.

De forma interativa as crianças que fazem aulas de música, uma das atividades oferecidas pelo orfanato, animaram a celebração. No momento das preces elas também rezaram espontaneamente. Ao atender o chamado do bispo que as deixou livres para pedirem, a pequena Ketlin da Silva, de 6 anos, foi à frente, pegou o microfone e pediu paz para o mundo. O momento também contou com as preces dos pais.

Elas ainda participaram da procissão das oferendas e, além do pão e vinho, levaram ao altar do Senhor o fardamento que elas usam no dia-a-dia, flores e o estatuto da criança e do adolescente.

Ao final da celebração, as religiosas da Congregação Filhas de Santa Teresa de Jesus, que administram a obra social, foram chamadas a frente e, exultantes de alegria, junto a assembleia, cantaram os parabéns para todos que dão sua contribuição para manter esta obra centenária.

Dom Gilberto com as religiosas. (Foto: Patrícia Silva)

Espaço de aprendizado e esperança

Com a missão de contribuir para a formação de crianças e adolescentes o Orfanato Jesus, Maria, José tem deixado marcas positivas na vida daqueles que recebem os cuidados oferecidos, como o Cícero Isaac Alves, de 14 anos, que frequenta as atividades da casa há três anos e diz que lá aprendeu a ser mais organizado e disciplinado em casa e na escola. “As pessoas que nos acolhem aqui são anjos sem asas”, afirmou.

Dentre as atividades socioeducativas oferecidas está o teatro, música, artesanato, apoio escolar, dança e esporte. “Trabalhamos com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social que a instituição tem o prazer de resgatar essas vidas. Aqui inserimos essas crianças no contexto cultural, social e através dessas atividades conseguimos resgatá-las”, explicou a diretora, irmã Francimária Cristina de Assis.

O resultado é refletido no futuro de cada um. Exemplo disso é perceptível na vida de Maria das Dores da Silva, mais conhecida como “Dôdora”, hoje escritora, graduada em pedagogia e filosofia. Vinda de família pobre, ela não tinha condições financeiras para seguir em frente nos estudos. Sabia ler, mas precisava de orientações profissionais. Aquela menina de 5 anos, na década de 60, viu a oportunidade  de ser alguém na vida através da doação de vida daquelas religiosas, que fazem isso até hoje através de suas sucessoras.

Hoje com 55 anos, Dôdora volta a orfanato e recorda os cinco anos passados lá que foram fundamentais para ela ser quem é hoje. Neste aniversário do Orfanato ela emocionou-se quando partilhou com as crianças sua vida e ao assistir o vídeo institucional exibido antes da celebração eucarística.

O orfanato atende hoje 78 crianças e adolescentes, entre 7 e 15 anos, todos inseridos na rede pública de ensino.

Informações de como ajudar esta obra é só acessar o site https://ojmj.org.br/

 

Por: Jornalista Patrícia Silva (MTE 3815/CE)

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