Este 22 de março, Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, foi marcado por manifestações em diversas partes do país. Nos municípios do interior do Ceará não foi diferente. Milhares de cidadãos entre eles padres, diáconos, religiosas e leigos, membros das Pastorais Sociais da diocese de Crato, foram às ruas se manifestar contra a proposta apresentada pelo governo.

“O maior dano que a Reforma da Previdência traz é a exclusão social: os pobres ficarão mais pobres. Acabarão com as pensões integrais, pois os pensionistas receberão apenas 60% do salário mínimo. De qualquer forma haverá uma mudança brusca que desaponta qualquer cidadão. São 40 anos de contribuição sem interrupção. E na sociedade em que vivemos, quem consegue emprego contínuo sem ficar desempregado? Diante das novas leis trabalhistas o operário entra numa nova dinâmica de terceirização sem ter mais os direitos devidos: não conseguem mais ficar no trabalho por dois anos se quer”, destacou o padre Vileci Basílio Vidal, coordenador diocesano de Pastoral, sobre os principais danos que a reforma deve trazer à população brasileira, caso seja aprovada.
Padre Vileci participou da manifestação em Araripe, onde também é pároco. Lá os manifestantes caminharam pelas principais ruas da cidade com cartazes onde evidenciavam a grande insatisfação diante desta situação. Na Praça do Coreto, onde foi concluída a caminhada, foi realizado um momento de conscientização.
Um pouco distante dali, a cerca de 127km, a terra do padre Cícero, Juazeiro do Norte, também acolheu o manifesto. A concentração aconteceu na Praça do Giradouro e reuniu cerca de mil participantes, de acordo a organização. O padre José Gonçalves foi um deles. Reunido com outros padres e leigos, companheiros de caminhada, unificou sua voz aos clamores do povo reunido naquele espaço e nas demais partes do país, por considerar primordial a presença da Igreja em discussões deste tipo.
“Percebemos que, nos dias de hoje, o povo está sem vida. E o que é está sem vida? É está sem os direitos, sem políticas públicas. Todos os direitos estão sendo tirados na saúde, na educação, na segurança, no meio ambiente… O povo hoje está morrendo, está sendo violentado e é preciso que gritemos, enquanto Igreja. Estarmos juntos desse povo que grita, que clama e reclama de situações difíceis que hoje estão vivendo como o desemprego, por exemplo. Isso é o que nos motiva a participar junto do povo”, afirmou padre Gonçalves.
A Proposta de Reforma da Previdência Social foi apresentada pelo governo ao Congresso Nacional no dia 20 de fevereiro. Agora ela deve tramitar pela Câmara dos Deputados e, sendo aprovada, segue para o Senado.
Por: Jornalista Patrícia Silva (MTE 3815/CE)







