Nesta Sexta-feira Santa (14), a Igreja celebrou a memória da crucificação e morte de Jesus. O silêncio, o jejum e a oração são aspectos que marcam o momento. Com o altar desnudo, sem toalhas e adornos. Assim estava a Sé Catedral, em Crato, quando, em clima de profunda oração, às três horas da tarde, rezaram a Solene Liturgia da Paixão do Senhor, junto ao bispo diocesano, Dom Magnus Henrique, e os padres que concelebraram.
A procissão inicial se difere das demais. Não há cântico, todos entram em silêncio. Ao chegar no altar, o bispo se prostra ao chão – como no dia de sua ordenação, expressando a convicção do seu nada diante a Majestade de Cristo.
Durante o momento de reflexão do evangelho, o Padre José Vicente, vigário geral da diocese, recordou a Paixão do Senhor, sinal visível do seu amor para todos. “É a manifestação extrema do Amor de Deus pelo seu povo. O amor verdadeiro de Deus. Ele nos ama com amor imenso, eterno e constante”.
O sacerdote meditou ainda o novo sentido dado à Cruz a partir da crucifixão de Jesus. “A morte de Cristo transformou o mundo. A cruz passou a ser instrumento de vida e salvação. Por isso, os cristãos aprenderam a colocar a Cruz de Cristo em destaque, para falar em alto em bom tom que aquele instrumento é agora sinal de redenção”, completou.
O ápice da Liturgia é a Adoração da Santa Cruz que adentra a Igreja envolta de um tecido vermelho e ladeada de duas velas, dirigindo-se ao altar. Ao chegar, o bispo desvela a Cruz aclamando três vezes: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. Despojando-se da casula, ele se aproxima da Cruz, e ajoelha-se para adorá-la. Mesmo com a flexibilização, ainda como medida de proteção, somente os padres beijaram a cruz. Os fiéis presentes da celebração, em filas, se prostaram de joelho diante do madeiro sagrado.
Por Jornalista Mychelle Santos / Assessoria de Comunicação