Leia resumo da “carta” aos Gálatas proposta para este mês da Bíblia

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CARTA OU EPÍSTOLA: QUAL A DIFERENÇA?

Embora os dois termos sejam como sinônimos, alguns sublinham uma pequena diferença entre eles. A carta é algo mais pessoal, escrita diretamente a uma pessoa ou comunidade, sem uma finalidade de divulgação para outras pessoas ou comunidades. A epístola, ao contrário, visa um público mais amplo; tem como objetivo não somente aquele público imediato, mas tem a pretensão de ser difundida a todos os cristãos. Para fixar: a “Carta” tem cunho mais pessoal sendo dirigida a uma pessoa e abordando uma situação específica, não tendo como objetivo primário o de ser lido pela comunidade. A “Epístola”, por sua vez, é mais literária e tem como propósito um público maior e mais diversificado.

Quem a escreveu?

O Apóstolo Paulo a escreveu e a endereçou aos cristãos da região da Galácia (Cf: Gálatas 1,1).

Quando e onde foi escrita?

Existem duas hipóteses sobre a data e o local da escrita. A primeira, afirma que Paulo provavelmente escreveu sua epístola aos Gálatas enquanto viajava pela Macedônia durante sua terceira viagem missionária, por volta de 56–57 d.C. A segunda hipótese fala que pode ter sido escrita em Éfeso, entre os anos de 54-57 d.C.

Para quem foi escrita?

Não se sabe ao certo para quais igrejas foram dirigidas. Ele escreveu endereçado para as “Igrejas da Galácia” e já existiam já muitas “igrejas” (comunidades cristãs) naquela região. Sabemos que as igrejas da Galácia foram visitadas, com certeza, por Paulo em suas viagens missionárias conforme somos informados por Atos 16,6 e Atos 18,23.

Por que o apóstolo Paulo a escreveu?

Paulo escreveu aos cristãos na Galácia porque estava muito preocupado com um conflito dentro da comunidade, uma crise provocada pelos cristãos que tinham vindo do judaísmo e que com seus ensinamentos buscavam “corromper o Evangelho de Cristo” (Cf: Gálatas 1, 6-7). Os cristãos judeus estavam ensinando aos cristãos que tinham vindo do paganismo a falsa doutrina de que eles precisavam ser circuncidados e observar os requisitos dos rituais da lei de Moisés (Cf: Gálatas 6,12; e Atos 15,1). Alguns cristãos da Galácia haviam adotado os ensinamentos dessas pessoas (Cf: Gálatas 4,10).

Por que estudá-la?

A epístola de Paulo aos gálatas foi escrita aos judeus cristãos que estavam se afastando do Senhor ao confiarem novamente nas obras da lei de Moisés. O apóstolo procurou corrigir esse problema enfatizando a diferença entre o pesado “julgo” da lei de Moisés, que levava à escravidão espiritual, e o Evangelho de Jesus Cristo, que leva à liberdade espiritual. Estudar essa epístola pode nos ajudar a apreciar melhor a liberdade que alcançamos por meio da Palavra de Deus.

Principais motivos e propósitos: 

1 – Ensinar que todas as pessoas, sejam judias ou cristãs, são salvas pela Justificação pela fé em Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado. A Salvação acontece pela fé em Jesus Cristo, não pelas obras da lei de Moisés.

2 – Esclarecer o papel da lei de Moisés no plano de Deus.

3 – Defender-se contra as acusações de falsos mestres que caluniavam seu ministério de Apóstolo.

4 – Distinguir entre a antiga Aliança que Deus havia feito com Moisés e a Nova e definitiva Aliança realizada com e por Jesus Cristo.

5 – Exortar os cristãos a viver pelo Espírito Santo.

Qual a característica mais marcante deste escrito paulino?

A Carta aos Gálatas chama atenção como o escrito mais fervoroso de Paulo. Nela, é dirigida uma dura e emotiva repreensão aos membros da Igreja que estavam se afastando do caminho do Evangelho devido aos falsos mestres que estavam ensinando doutrinas erradas. Trata-se também do primeiro ensinamento do Apóstolo Paulo sobre doutrina da justificação — não somos justificados (salvos/redimidos) pelas obras da lei de Moisés, mas pela fé em Jesus Cristo. A epístola analisa “as obras da carne” com “o fruto do Espírito” (Cf: Gálatas 5,16–25).

Resumo

Gálatas 1–2. Paulo escreve aos cristãos da Galácia porque eles estavam se afastando do Evangelho e adotando falsos ensinamentos. Ele defende sua vocação como Apóstolo contando sua perseguição à Igreja e sua conversão. Ele enfatiza que recebeu revelação diretamente de Deus e esclarece que sua missão junto aos gentios (pagãos) foi aprovada pelos apóstolos. Ele declara que uma vez discordou de Pedro com relação aos cristãos gentios. Ele ensina que as pessoas não são justificadas pelas obras da lei de Moisés, mas pela fé em Jesus Cristo.

Gálatas 3–4. Paulo defende a mensagem central do Evangelho. Ele ensina que Abraão era um exemplo de pessoa que foi justificada pela fé e não pelas obras da lei de Moisés. Por meio da morte na Cruz, Jesus Cristo redimiu toda a humanidade do julgo da Lei. O propósito da lei de Moisés era servir de “educadora, para nos conduzir a Cristo” (Cf: Gálatas 3,24). Por meio da fé e do batismo, os cristãos recebem os frutos da Redenção, participam da Nova Aliança, tornam-se herdeiros do Reino de Deus por meio de Cristo e não são mais servos, mas filhos de Deus. (Cf: Gálatas 4,6-7)

Gálatas 5–6. Paulo exorta/convida os Cristãos a permanecerem firmes no Evangelho anunciado e vivido por Cristo. Contrasta e compara a vida de uma pessoa que está envolvida nas “obras da carne” (Cf: Gálatas 5,19) com alguém que aproveita o “fruto do Espírito” (Cf: Gálatas 5,22). Ele ensina que os cristãos vivem a caridade fraterna, não a hipocrisia da perseguição e falsidade. Logo, devem “carregar os fardos uns dos outros” (Cf: Gálatas 6,2) e “não se cansarem de fazer o bem” (Cf: Gálatas 6,9). Em nossa vida e missão, colhemos aquilo que plantamos. Se vivemos segundo Espírito Santo, plantamos e colhemos os seus Frutos: o amor, a alegria, a paz, a paciência, a amabilidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio” (Cf: Gálatas 5,23).

Pe. Paulo Sérgio Silva,

pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Farias Brito

Foto da capa: Reprodução da Internet

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