O primeiro dia da reunião do CONSER do Regional Nordeste 1 que contou com a representação dos Coordenadores Diocesanos de Pastorais, Comissões Episcopais, Organismos e Pastorais da CNBB realizado hoje (28), teve a abertura com a Celebração Eucarística presidida por dom Ângelo Pignoli, bispo da diocese de Quixadá.

Logo após, no auditório da Casa de Retiros das Irmãs Josefinas, foi apresentado aos sessenta e cinco participantes o tema do evento: “Jubileu da misericórdia em torno do cuidado com a Casa Comum”. A assessoria ficou por conta do padre Júnior Aquino, professor da Faculdade Católica de Fortaleza, e Alessandro Nunes, assessor técnico da Cáritas Brasileira- Regional Ceará.

“O Jubileu da Misericórdia ajudou a colocar no centro das preocupações da Igreja aquilo que está no centro da fé cristã que é a misericórdia, o compromisso com os pobres, com os que sofrem. A Encíclica Laudato Si do Papa Francisco ajuda a gente a compreender que a misericórdia extrapola o âmbito das relações interpessoais, inclusive sociais se alargando para o cuidado com a Casa Comum. Nesse sentido o CONSER traz uma reflexão para a Igreja do Ceará no sentido de que se a sua missão é continuar a missão de Jesus então leva a Igreja a se comprometer com essas questões socioambientais como problema de terra, da água, a concentração da terra e da água, os grandes projetos bancados com o dinheiro público tanto pelo governo federal quanto pelo estadual, tudo isso envolve  a missão da Igreja porque se a Igreja tem a missão de cuidar da vida, de defender a vida sobretudo das pessoas que são mais ameaçadas então esses projetos políticos que desviam os recursos públicos para o interesse privados isso é um problema religioso, é um problema de fé. Se Deus é misericórdia no sentido que tem em seu coração a humanidade sofredora, os problemas da humanidade então a Igreja de Jesus tem que assumir como seus os problemas, as dores e lutas do nosso povo”, disse o padre Júnior.

No momento da tarde os representantes de todas as dioceses do Regional apresentaram ações exitosas de misericórdia que estão desenvolvendo no cuidado com a Casa Comum. “Todas as dioceses apresentaram ações bem diferenciadas com uma consequência social que implica não só na mudança de vida das pessoas, mas na mudança das condições de vida. Foi muito produtiva essa experiência. É evidente que esse não é o todo da Igreja, mas são experiências bastante pontuais e isso nos faz atentar para que a partir dessas pequenas experiências a gente comece a animar, incentivar toda a Igreja, paróquias e comunidades para acelerarem essa dimensão e até tomar consciência de que a fé sem as obras é morta, então é necessário que essas obras apareçam não com proselitismo, não como propaganda, mas sobretudo apareçam como consequência do nosso ser cristão, da nossa fé”, disse dom Gilberto Pastana, bispo da diocese de Crato.