Igreja doméstica: fiéis contam como celebraram a Semana Santa em casa

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A Semana Santa, na qual se inclui o Tríduo pascal, recorda a Paixão e a Ressurreição de Cristo, desde a sua entrada em Jerusalém.

Por causa da pandemia de Covid-19, as igrejas realizaram as celebrações sem a presença dos fiéis, para evitar o risco de contágio. Esses foram orientados a participar cada qual em sua casa, acompanhando pelos meios de comunicação. Mas nem por isso os ritos da “Grande Semana” deixaram de ser vivenciados. Ao contrário. Foram oportunidades para fortalecer a Igreja doméstica, como queria São João Paulo II na Exortação apostólica “Familiaris consortio”.

Em Crato, por exemplo, a família Santana-Filgueiras tudo fez para acompanhar dignamente as celebrações dos Santos Mistérios. Costumeiramente, ela estaria na Matriz paroquial, preparando andores ou escalada em alguma função litúrgica. Não sendo isso possível, fez da sala de estar uma extensão da Matriz, ornando um singelo altar – com vela, Cruz, pão e cálice – próximo ao aparelho de tevê, de onde acompanharam as celebrações.

<< Fotos: Wandemburgo Santana >>

“Mesmo nossa celebração acontecendo em casa, participando pelas transmissões ao vivo [nas redes sociais], rezamos na intenção de tão logo podermos voltar às nossas igrejas na certeza de que Deus vai nos livrar desta angústia e nos ajudar nessa triste travessia [do coronavírus]. Como meu padrinho Cícero Romão sempre dizia, cada casa um oratório, cada oratório uma oficina. Aqui estamos nós, no nosso”, disse um dos filhos, Wandemburgo Santana.

Também em Crato, para a família Belém não faltou a Palavra de Deus e as celebrações Litúrgicas. A matriarca, no entanto, confessa ter sentido falta do calor humano e da comunhão sacramental.

“Graças a Deus deu pra participar de todos os momentos e ainda com privilégio de escolher qual rede social seguir. Os meios de comunicação nos ajudaram a viver esses momentos. Mas confesso ter sentido falta do calor humano, da hóstia Santa, do abraço dos irmãos e dos olhares de fé estampados no rosto do povo de Deus”, afirmou Luci Belém.

Fotos: Rosany Ramos

Devota da Mãe Rainha de Schoenstatt, a família Ramos, em Juazeiro do Norte, ornou o seu “santuário lar” para a celebração dos Santos Mistérios. E o fez seguindo também as sugestões da Igreja: no Domingo de Ramos, por exemplo, saudou com hosanas o Filho de Davi, marcando a casa com ramos de palmeiras. Na Sexta-feira Santa, colocou um crucifixo ao pé da tevê, para o momento da adoração da Cruz.

“A emoção de vivenciarmos o Tríduo Pascal em nossa igreja doméstica foi única e especial. Só nos faltou a comunhão, o Corpo e Sangue de Cristo, mas comungamos espiritualmente. E ainda hoje continuamos vivenciando nossos momentos de orações com a família reunida, para juntos rezarmos o terço Mariano, leitura e reflexão do Evangelho, e o ofício da Imaculada Conceição”, disse Rosany Matos. “Em nossas casas estamos tendo mais tempo para a nossa família e assim, a exemplo da família de Nazaré, unidas em um bem comum de todos”.

Renovação da esperança

Para confortar e encorajar aqueles que acompanharam as celebrações da Semana Santa em casa, pelos meios de comunicação, o bispo de Crato, Dom Gilberto Pastana, dirigiu sua homilia à “esperança de um futuro melhor, da vida nova que começa com a Páscoa, com a ressurreição”. De acordo com ele, os fiéis não podem deixar que lhes roubem a esperança”, porque “a vida venceu a morte” e “a vida com Deus e em Deus sempre será vitoriosa”.

Até que o avanço da doença seja contido, a Igreja deve continuar celebrando de portas fechadas, sem a presença do povo, mas com transmissão pelas redes sociais e demais canais de comunicação.

 

Por: Patrícia Mirelly/Assessoria de Comunicação

 

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