Há 150 anos, Padre Cícero era ungido para ser pastor de uma nação

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Há 150 anos, era ordenado sacerdote, em Fortaleza, o jovem Cícero Romão Batista, natural de Crato, no Sul do Ceará. As origens de seu ministério estão ligadas à história de um sonho com o próprio Jesus: “E tu, Cícero, toma conta deles”, em referência ao povo sertanejo, dizimado pela seca e por constantes epidemias. À época, Juazeiro do Norte era Vila Tabuleiro Grande.

Padre Cícero organizou, então, a vida moral e espiritual dos moradores, de quem logo conquistou a estima e a confiança, passando a ser chamado “padrinho”. A proximidade com que se dirigia a todos, tratando-os por “meus amiguinhos”, favoreceu a evangelização.

“Precisamos criar condições para que o povo viva os valores do Evangelho. E isso o Padre Cícero nos ensina quando ele visita as famílias, mesmo a pé, e estabelece com elas laços de amizade e fraternidade sem deixar de corrigir os excessos”, disse o bispo diocesano de Crato, Dom Gilberto Pastana, sobre o legado deixado à diocese e à Igreja nordestina.

Essas lembranças espalharam-se e estão, principalmente, em cada canto da cidade edificada por ele a partir de um lema que união “Oração e Trabalho”. Para o reitor da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, a antiga capelinha, depois matriz reformada e ampliada pelo padrinho, o sentimento é de gratidão por esse momento jubilar.  “Nós tivemos um ano atípico por causa da Covid-19, mas, mesmo assim, as atividades continuaram acontecendo de forma presencial [restrita] e virtual. Nós agradecemos a Deus por todo o bem que o Padre Cícero fez a esta nação, não apenas da cidade de Juazeiro, mas a toda a nação romeira espalhada pelo mundo”, considerou Padre Cícero José.

Para celebrar o Sesquicentenário, a Basílica viveu um ano inteiro de preparação, que se estendeu de 30 de novembro de 2019 a 30 de novembro de 2020. O ponto alto foi registrado na noite desta segunda-feira quando o bispo de Crato, a comunidade sacerdotal da Basílica e outros padres diocesanos e romeiros encontraram-se ao redor do Altar do Senhor para a concelebração eucarística. Nela, renderam graças a Deus pela vida sacerdotal e serviço eclesial do Padre Cícero.

Em meio à pandemia, a multidão de devotos e afilhados peregrinou espiritualmente, acompanhando as transmissão a partir de suas casas, pelo canal da TV Web Mãe das Dores no YouTube. Apenas uns poucos romeiros, distribuídos conforme a capacidade da Basílica (estipulada em 50% pela diocese) participaram na assembleia. De chapéu de palha, rosário e máscara de proteção facial, o romeiro de Sergipe Eloy Alves de Santana garante: “Para nós, ele [Padre Cícero] não morreu, fez uma viagem para o Céu”. “A gente vem buscar no meu Padrinho novas esperanças, graças e bênçãos para levar às nossas comunidades e dar exemplo aos mais jovens”, contou.

Ao fim da cerimônia, um show pirotécnico assinalou a conclusão do “Ano Jubilar do Sesquicentenário”.

Fonte: https://www.maedasdoresjuazeiro.com/postagens/ha-150-anos–padre-cicero-era-ungido-para-ser-pastor-de-uma-nacao-1884

 

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