“A Diocese de Crato, meus irmãos e minhas irmãs, pela primeira vez, experimenta esta alegria de ver completa toda sua estrutura eclesial, recebendo uma comunidade contemplativa. É um dia de graças, é um dia de bênçãos do céu […] Um dom perfeito, um dom acabado”, assim saudou Dom Newton Holanda Gurgel, hoje Bispo Emérito, às Monjas Beneditinas da Ordem de São Bento (OSB) que chegavam para fixar morada na cidade de Juazeiro do Norte, em meados de 2003.

A saudação, feita durante homilia proferida no Santuário Diocesano de Nossa Senhora das Dores [agora Basílica Santuário de Juazeiro do Norte] foi acolhida, também, por Dom Fernando Panico, que expressou, com toda alegria e esperança, as boas-vindas às Irmãs Monjas que, “qual exame de abelhas, guiadas pela Providência, deixaram seu primitivo mosteiro em Sergipe para formar nesta nossa Diocese, no Ceará, e, nesta Terra da Mãe de Deus, uma colmeia, onde, através da comunhão fraterna, de sua oração e de seu trabalho, possam produzir mel da alegria para todos nós, povo de Deus”.

Era junho de 2001 quando o providencial convite fora lançado. Dom Fernando, em visita ao Mosteiro, em Sergipe, havia pedido para que elas fundassem, na Diocese de Crato, um ambiente beneditino de vida contemplativa (de clausura). Mal podia prever que, dois anos depois, para a glória de Deus, o convite se concretizaria em doze religiosas e três noviças.

A primeira visita à terra do Padre Cícero para “analisar as possibilidades de trabalho para uma comunidade que vive do trabalho das mãos”, logo fora abraçada “com muito entusiasmo” e aconteceu no ano seguinte, de acordo com a Superiora da Comunidade, Madre Maria José.

A fundação do mosteiro fora acompanhada pelo então pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga, padre José Alves, com apoio das autoridades políticas da época, de modo particular, a primeira-dama, Rosenir Fiúza, que, de bom grado, cedeu sua casa para acolher provisoriamente o Mosteiro, batizado de Nossa Senhora da Vitória.

“O nosso Mosteiro é um dos milagres de Juazeiro do Norte”, conta a madre. À época, o local que abrigaria as Irmãs era, apenas, “um grande matagal”. Pouco tempo depois,  começou a atrair vizinhança pela “beleza da construção e, sobretudo, a paz que o Mosteiro irradia”, o que, ainda hoje, é motivo para atrair numerosos romeiros.

Elevado, em 2014, à condição de Abadia, a primeira do Ceará, o Mosteiro tornou-se o jardim onde todo o néctar de oração e trabalho estão abrigados, conforme desejou Dom Fernando à época. Para a madre, a rapidez com que tudo aconteceu “já é um sinal da bênção de Deus”.

Hoje, recordando tão simbólica data, unidas aos fiéis de toda Diocese de Crato, as Irmãs Monjas Beneditinas, como o Salmista, cantam, jubilosas e agradecidas:

“Eu Te agradeço, Senhor, de todo o coração

Na presença dos anjos eu canto para Ti.

Diante do Teu santo templo, eu me ajoelho

E louvo o Teu nome

Pela Tua bondade e fidelidade

Porque acima de todas as coisas

Exaltastes o Teu nome e a Tua promessa […]”

Linha do tempo

15 de junho de 2001 – Dom Fernando faz visita ao Mosteiro em São Cristóvão, SE.

16 de junho de 2002 – Primeira visita das Monjas Beneditinas a Juazeiro do Norte.

13 de maio de 2003 – Fixada moradia na Terra do Padre Cícero Juazeiro do Norte.

24 de junho de 2005 – Inauguração do Mosteiro de Nossa Senhora da Vitória.

09 de fevereiro de 2014 – Elevação à condição de Abadia (a 1ª do Estado do Ceará ).

24 de junho de 2014 – Bênção Abacial da 1ª Abadessa, Madre Maria Aparecida Menezes do Couto e inauguração da Igreja Abacial de Nossa Senhora da Vitória.

03 de julho de 2016 – Bênção Abacial da 2ª Abadessa, Madre Maria José dos Santos.