A nossa diocese tem como lema “Diocese romeira e missionária”. Inspirados nesse carisma, todos os anos, os seminaristas realizam uma peregrinação, a pé, no 15 de setembro. Partíamos ainda de madrugada,  do Seminário São José, em Crato, até a Basílica das Dores, em Juazeiro do Norte.

Esse ano, optou-se por antecipar a experiência “romeira e missionária” para o dia 14, quando os romeiros vivenciam as vésperas do último dia de romaria. Assim, após as aulas da manhã desta quarta feira, viemos a Juazeiro para vivermos um momento diferente: visitar os romeiros em sua particularidade, vivendo com eles a peregrinação e a fé, revestidos da piedade popular.

Somos cinquenta e oito seminaristas. Para tamanha tarefa, nos dividimos em seis grupos, a fim de melhor aproveitar o momento. Estivemos distribuídos em setores do território paroquial de Nossa Senhora das Dores: ranchos próximos da Matriz, ranchos próximos da Capela do Socorro, no Horto, nos abrigos para idosos e na Praça Pe. Cicero.

Eu que sou de Juazeiro do Norte, paroquiano de Nossa Senhora das Dores, nunca havia tido tamanha experiência: um dia de romeiro. Nosso grupo andou pela rua São José; um trecho estreito (que vai da rua Dr. Floro até o término da rua), tomado de ambulantes que anunciavam de roupas e CDs, a sorvetes e rosários.

As estreitas portas dos ranchos, batizados com nome de santos, dão entrada para quartos e amplos galpões, onde estão arranchados os irmãos romeiros. Alguns espaços são mais simples, outros um tanto sofisticados… mas, todos dotados de muita organização. Em cada porta aberta, que nos era permitida a entrada, entoávamos cantos de benditos e expressávamos a devoção com vivas e aplausos – precedidos com orações e pedido de bençãos. Era possível perceber uma alegria contagiante no sorriso dos peregrinos, que recebiam a visita de alguns “futuros padres”, em seus ranchos.

Abraços apertados exprimiam a felicidade de serem encontrados… Os momentos, eram sempre registrado por eles e por nós, com fotos, nos mais diversos equipamentos.

Encontramos romeira cantora que nos presentou com seu CD… Havia homens e mulheres que descansavam dos passeios matutinos. Vimos muitas crianças que aproveitavam seus brinquedos e muitas guloseimas. Encontramos até senhoras que estavam a preparar o pirão dos seus filhos.

Nossa missão seguiu até o fim da tarde, quando fomos nos preparar para a última noite de novena e Santa Missa. No fim da noite, o enriquecimento da experiência em também nos recolher “arranchados” nas dependências do auditório Dom Pires.

Em cada rosto, um olhar de esperança…, A expressividade de gratidão a Deus, pela intercessão da Mãe das Dores e pelo testemunho de “Padim Ciço”. No nosso coração a certeza de ter encontrado Jesus, na mais nobre simplicidade, regada de muita fé e caridade. Na nossa vida, a alegria de estar juntos das ovelhas, confundindo-se com seu cheiro, nos animando a responder a nossa vocação.