Diocese de Crato faz memória da primeira missa rezada pelo Padre Cícero, há 150 anos

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Aos 26 anos, com as mãos ainda perfumadas pelo óleo que o ungiu sacerdote para a Igreja de Cristo, Padre Cícero Romão Batista chegava ao Crato. Era primeiro de janeiro de 1871. Oito dias depois, subiu ao altar da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha, sua paróquia de origem, para presidir o santo sacrifício da missa pela primeira vez.

A Diocese de Crato fazendo memória a esse dia feliz, ocorrido há 150 anos, depositou no mesmo altar preces e ações de graças a Deus na celebração eucarística presidida na tarde desta sexta-feira pelo bispo Dom Gilberto Pastana, concelebrada pelo pároco e cura da Catedral, Padre José Vicente Pinto, pelo vigário paroquial Padre Francisco José, e pelo reitor da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, Padre Cícero José da Silva.

“É um momento para agradecer a Deus a vida deste padre que, no seu tempo, soube responder fielmente à vocação que de Deus recebera. Eis por que os romeiros empolgadamente cantam: ‘olham lá, no alto do Horto, ele tá vivo, o padre não está morto’. Para nós, presbíteros, que vivemos nesta diocese, que se identifica como romeira e missionária, temos, em especial, esse testemunho que nos anima e nos impulsiona na missão evangelizadora”, disse Dom Gilberto.

Um conjunto de gestos marcou a comemoração desta data jubilar: a entrada solene da Imagem de Nossa Senhora das Dores, colocada em um lugar especial próximo ao altar; e a oração de consagração a Ela, composta pelo Padre Cícero e recitada pelo bispo. A santa, por quem o sacerdote tinha particular devoção, é padroeira de Juazeiro, onde ele exerceu o ministério seguindo as inspirações de um sonho que tivera com o próprio Jesus: “E tu, Cícero, toma conta deles!”. “Eles” eram os sertanejos flagelados pela seca e por constantes epidemias.

Os dois momentos emocionaram os fiéis presentes à assembleia (mas ocupando apenas metade da capacidade dos assentos para evitar a propagação da Covid-19) e a nação romeira que, conectada às redes sociais da diocese e aos canais digitais da TV Catedral da Penha e da TV Web Mãe das Dores, no YouTube, louvou  e agradeceu pelo sacerdócio do patriarca do Nordeste, por meio do qual Deus fez grandes coisas em favor do povo.

Para perpétua memória

Padre Cícero é natural de Crato. Na Paróquia de Nossa Senhora da Penha recebeu o sacramento do batismo e fez a primeira Eucaristia. Para lembrar aos fiéis o dia em que ele foi introduzido à vida cristã, uma cópia do batistério está afixada na parede da Capela Batismal, à esquerda de quem entra na igreja. Além dessa, outra memória está perpetuada, agora numa placa comemorativa: “Aos 08 dias de janeiro de 1871, o reverendíssimo Padre Cícero Romão Batista presidiu, solenemente pela primeira vez, a Santa Missa no altar de Nossa Senhora da Penha”.

“Esta é uma data magna, uma data grande. A Igreja de Nossa Senhora da Penha faz parte da história do Padre Cícero, é a Igreja Matriz da sua terra natal. Padre Cícero é uma figura importante para a nossa Igreja no Brasil e, particularmente, para o nosso presbitério do Crato”, disse o pároco e cura da Catedral, Padre José Vicente Pinto.

Partilhando da mesma alegria, Padre Cícero José da Silva considerou que a celebração também ressalta a unidade entre a Catedral de Crato [onde o Padre Cícero recebeu os sacramentos de iniciação à vida cristã] e a Basílica de Juazeiro [na qual vivenciou o sacerdócio ministerial].

Primícias sacerdotais

Após rezar a primeira missa, Padre Cícero foi enviado por dois meses para o distrito de Trairi, atual Paracuru, localizado a 120 quilômetros de Fortaleza, para assistir a alguns casamentos e realizar batizados. De volta ao Crato, lecionou latim no colégio de um amigo e, na véspera do Natal de 1871, foi convidado para rezar missa na capelinha de Nossa Senhora das Dores na Vila Tabuleiro Grande, atual Juazeiro do Norte.  Em setembro do ano seguinte, recebeu do então bispo do Ceará, Dom Luiz Antônio dos Santos, a provisão de capelão. Foi nesse povoado composto de oitenta casas de taipa e palha que o jovem sacerdote passou a exercer o ministério catequisando as famílias, principalmente a partir da renovação ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, promovendo missões e incentivando a piedade popular.

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