“Dia grande pra nós”: A Festa Patronal de São Francisco, em Brejo Santo

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Em fins de setembro e começo de outubro, Brejo Santo assume toda a sua vocação cristã: “É dia grande pra nós”. Assim define a Ministra Extraordinária da Eucaristia, Zeneida Sampaio, ao justificar a suntuosidade da toalha – com detalhes dourados nas bordas – escolhida para ornar a mesa do Altar da Igreja Matriz de São Francisco, há dois anos elevada à dignidade de paróquia.

É manhã do dia quatro, solenidade patronal. Nas primeiras horas, uma salva de fogos ecoou no céu da cidade. Adiante, já com os primeiros raios de sol, embora ainda encobertos por nuvens, cavaleiros e amazonas – do município e dos municípios circunvizinhos – selaram seus animais e montaram em direção ao bairro René Lucena II, distante cerca de quatro quilômetros da Matriz.

Devotos motorizados também juntaram-se à cavalgada. Até o bispo diocesano, Dom Gilberto Pastana, acompanhado do Monsenhor Dermival de Anchieta Gondim, subiram num carro de boi. À frente, noutro carro, estava o pároco, Padre Arnaldo Pereira do Nascimento, guardião da Imagem de São Francisco, ornada num pequeno andor de madeira, enfeitado com flores. Ao lado, em dois cavalos, seguiram o pároco da paróquia vizinha, Sagrado Coração de Jesus, Padre Pedro André Bitú, e o reitor da Basílica de Juazeiro do Norte, Padre Cícero José da Silva, natural de Brejo Santo.

“Esse é um momento em que todas as famílias se unem para homenagear São Francisco. Aqui, durante esse trajeto, vamos rezar pela natureza, tão defendida por São Francisco, que era simples, despojado de tudo”, disse o pastor de Crato, ao abençoar os peregrinos.

O trajeto até a Igreja durou aproximadamente duas horas. A cidade parou para assisti-lo. Nas ruas, nas casas, nas praças ou no comércio, pessoas rezavam, acenavam e registravam em fotos aquele momento.

De volta à Matriz, Dom Pastana abençoou os animais que lhes chegavam, aos montes, tradição no dia do “Pai Seráfico”, considerado protetor dos animais. E disse ter ficado impressionado, pois grande era o respeito com que os donos recebiam a aspersão da água benta.

Quando o relógio acenou hora da Missa Solene, cantada solenemente pelo afinado coral São Sebastião, igual respeito ecoou dentro da Igreja. “Esse é um momento de bênção. Para isso foi que nós tivemos uma novena, e hoje celebramos o padroeiro da ecologia, um dos santos mais populares da Igreja”, disse Padre Arnaldo.

Instrumentos de paz

Reunida em torno do Altar do Senhor para aí depositar a vida e tudo quanto já fora alcançado por intermédio de São Francisco, a assembleia ouviu do bispo Dom Gilberto exortações quanto ao tema da festa: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz”, retirado do famoso poema do pobrezinho de Assis.

Francisco foi um grande santo e um homem virtuoso – sublinhou o pastor diocesano. A sua simplicidade, a sua humildade, a sua fé, o seu amor a Cristo, a sua bondade o fizeram feliz em todas as situações.

Para Dom Pastana, ser “instrumento de paz” significa, também, combater toda e qualquer forma de violência, de divisão de contradição.

Encerramento

A programação para este dia de São Francisco segue com Santa Missa, às 16h, presidida pelo Padre Cícero José. Em seguida, a  festa será coroada com a grande procissão pelas principais ruas da cidade.

Além de Brejo Santo, outras quatro paróquias (Baixio, Crato, Juazeiro do Norte e Salitre) também prestam homenagens ao santo, padroeiro da ecologia, que é um dos mais conhecidos da Igreja.

Por Patrícia Mirelly/Assessoria de Comunicação

 

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