Celebração da Colheita 2015 teve como foco a preservação da água

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Hoje, 24, aconteceu em Altaneira- CE, a 23ª Celebração da Colheita, que este ano teve como tema “A mãe terra grita pela agroecologia” e o lema, inspirado em uma frase do Papa Francisco, “A luta pela dignidade da família, pela água, pela vida é para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra”. Trabalhadores rurais, presidentes de sindicatos de trabalhadores, padres, leigos e membros do poder público estiveram presentes na celebração que também foi acompanhada pela secretária executiva da Comissão Pastoral da Terra, no Regional Nordeste I da CNBB, Ir. Ilza Franca.

Os participantes realizaram uma caminhada pelas principais ruas da cidade com faixas e cânticos mostrando a causa que estavam defendendo, encerrando com a celebração da Santa Missa, na quadra da EEFM Santa Tereza, presidida pelo coordenador diocesano de pastoral, Pe. Vileci Basilio Vidal, e concelebrada pelo pároco da Paróquia Santa Tereza de Jesus, de Altaneira, Pe. Francisco Alberto Neves Nascimento.

Momento da caminhada na Festa da Colheita. (Foto: Patrícia Silva)
Momento da caminhada na Festa da Colheita. (Foto: Patrícia Silva)

“Celebrar a colheita é celebrar a vida e exercitar a partilha que já existe entre as famílias camponesas. O povo de Deus na Bíblia já realizava a festa da colheita, também conhecida como festa das tendas (Lv 23, 33-44). Neste ano estamos refletindo sobre a necessidade da água. Sabemos que não pode haver vida sem água, por isso cabe-nos tomar uma atitude frente ao desperdício e má gestão que está sendo realizada com ela, e a depredação da natureza que se firma no poder econômico e político, que nenhuma referencia fazem aos valores humanos e ao direito à vida. A festa da colheita deste ano nos desperta para a noção de sustentabilidade que pretende harmonizar três vertentes: economia, meio ambiente e bem estar social, fruto da vida pela dignidade da família no campo, pela água e pela vida. A solução é a agroecologia!”, afirmou o Pe. Vileci.

No Ceará, além da Diocese de Crato, a Arquidiocese de Fortaleza, e as dioceses de Sobral e Iguatu também realizam a Festa da Colheita. Na Diocese de Crato ela sempre acontece no quarto domingo do mês de maio, sendo revezada a cada ano entre as cidades de Altaneira, Nova Olinda, Santana do Cariri e Assaré. Celebrar a colheita, a vida do povo com a caminhada dos trabalhadores é o que liga esta celebração nos diversos locais onde é realizada, disse a Ir. Ilza.

Trabalhadores ofertando os alimentos na Santa Missa. (Foto: Patrícia Silva)
Trabalhadores ofertando os alimentos na Santa Missa. (Foto: Patrícia Silva)

Na missa, no momento do ofertório, todos os trabalhadores ofertaram o alimento colhido que é encaminhado, uma parte ao Seminário Diocesano São José, em Crato, e outra parte a paróquia que acolhe a celebração. A coordenação informou que em ano de seca chega-se a arrecadar uma tonelada de alimentos e, em ano de chuva este número dobra, chegando a duas toneladas.

Para a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Olinda, Maria do Socorro dos Santos, esta iniciativa da igreja motiva os trabalhadores a se organizarem e irem em busca de seus direitos. “Mesmo diante das dificuldades nós vivemos na resistência no campo. A Diocese nos dá uma contribuição muito grande, junto ao movimento sindical, pois isso fortalece a corrente e desperta nos trabalhadores rurais a necessidade da organização, mostrando que a união é necessária para que possamos conquistar as políticas públicas e fazê-las acontecer na prática”, disse.

Da esquerda para direita: Pe. Francisco Alberto, Pe. Vileci Basílio e a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Olinda, Maria do Socorro dos Santos. (Foto: Patrícia Silva)
Da esquerda para direita: Pe. Francisco Alberto, Pe. Vileci Basílio e a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Olinda, Maria do Socorro dos Santos. (Foto: Patrícia Silva)

A festa dos trabalhadores rurais celebra também a resistência do homem do campo, chegando a diversas comunidades como fala a trabalhadora Erivânia Alencar, de Baixio Grande, em Assaré, que participa pelo 3º ano da celebração e faz com que ela aconteça em sua comunidade. “Se unir enquanto comunidade e buscar melhorias para todos são as maiores lições que levamos daqui. Aprendemos a ter o cuidado, usar a terra, usufruir da natureza de forma sustentável”, falou.

A celebração da colheita é organizada pela Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Crato, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altaneira, Nova Olinda, Santana do Cariri e Assaré e a Pastoral da Juventude Rural.

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