Beata Maria de Araújo 104 anos de vida eterna

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Mulher forte e de seu tempo, a beata Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, ou simplesmente Maria de Araújo, era a filha de uma família pobre do sertão nordestino. “Mestiça, cabeça pequena, um pouco mais arredondada, olhos quase negros e suaves na expressão, lábios um pouco grossos, nariz pequeno, faces um pouco salientes, queixo pequeno, pescoço bem proporcionado. Vestia hábito de beata, preto, conservando na cabeça a coberta e tinha aspecto fisionômico e geral de pessoa simples, dócil e boa”, como descreve o escritor Manoel Diniz.

Desde pequena a vida da beata foi árdua, pois seus pais faleceram logo cedo e, uma vez analfabeta, ela trabalhava com artesanato, fiava algodões e fazia bonecas de pano para vender. Devido à orfandade passou a residir na casa do Pe. Cícero. Em 1885 começou a praticar hábito de Beata, tendo este título após um retiro espiritual administrado pelos padres Vicente Soter de Alencar e Cícero Romão Batista.

Mulher pobre e simples da freguesia do Crato, teve o rumo de sua vida modificada quando, em uma sexta-feira, a primeira da quaresma do ano de 1889, depois de uma noite de vigília do Apostolado da Oração em honra ao Coração de Jesus, o Padre Cícero Romão Batista, presidente dos trabalhos decide ministrar a comunhão às pessoas que estavam presentes na Capela de Nossa Senhora das Dores.

Ao receber a sagrada comunhão sentiu uma grande dor e em seguida ela afirmou que a hóstia havia se transformado em sangue na sua boca. Esse fenômeno se reproduziu outras vezes e a partir de 1891, o evento toma grandes proporções e atrai um grande número de peregrinos que, começaram a visitar o pequeno vilarejo de Juazeiro do Norte.

Após o “milagre da hóstia”, Maria foi conduzida por uma série de situações. Ela foi questionada, julgada, condenada e ficou reclusa até a sua morte no dia 17 de janeiro de 1914. Seu corpo foi sepultado no dia seguinte, sob o traje do hábito da Ordem Terceira de São Francisco tendo uma multidão, inclusive o Pe. Cícero, em seu velório.

A beata Maria de Araújo se recusou até o fim de negar o “milagre” ao qual fez parte. Sua obediência a Igreja e o seu silêncio fizeram dela uma serva fiel, que soube viver a vontade de Deus.

 

Por: Jornalista Aline Salustiano (Link: http://maedasdoresjuazeiro.com/postagens/beata-maria-de-araujo-104-anos-de-vida-eterna)

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