Como os reis magos seguiram a estrela de Belém e foram ao encontro de menino Jesus que acabara de nascer, sendo colocado em uma manjedoura “porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7), assim, nesse dia em que a Igreja celebra o Natal, 25 de dezembro, dom Gilberto Pastana saiu cedo de casa para levar a alegria do nascimento do Salvador à pequenas crianças que estavam internadas no Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, em Barbalha.

O tempo chuvoso, no caminho entre Crato e Barbalha, não o impediu de ver a luz de Cristo, que na verdade é enxergada com os olhos do coração. Por isso os pastores não se desviaram do caminho, por isso o bispo persistiu em visitar aqueles pequeninos que não entendendo o sofrimento pelo qual estavam passando, conseguiam sentir a alegria que João Batista sentiu ainda no ventre de sua mãe ao receber a visita do Salvador (Lc 1, 39-45).

“Essa visita representa Jesus que vem ao encontro das crianças. Jesus que é criança e vem ao encontro da humanidade. Esse entrelaçamento entre a dimensão divina e humana a gente vivencia, sobretudo, nesse dia. A gente se sensibiliza porque elas também transmitem a paz, a alegria, então é uma reciprocidade do amor de Deus”, disse o bispo pedindo que as pessoas cuidem das crianças, protegendo-as para que elas possam crescer na fé e encontrem um mundo com mais paz, justiça e solidariedade.

No hospital, como próximo a manjedoura, também haviam Marias, haviam Josés, ora um, ora outro, em alguns casos os dois, que contemplavam o dom da vida naqueles seres indefesos. A visita do bispo também foi direcionada a eles. Como os pastores levaram presentes (ouro, incenso e mirra) ao menino Deus, dom Pastana também levou uma caixinha de presente, com um laço que ao ser entregue as criancinhas maiores logo eram retirados para verem o que tinha dentro, arrancando sorrisos, nem que fosse com o canto da boca.

E o que tinha dentro era o “presente mais maravilhoso” que eles poderiam receber naquele momento, como afirmou Adriana Servilha da Silva, mãe da Brenda Monique, que como as demais crianças que estavam ali, passou o natal internada. Adriana ainda disse que a visita do bispo animou a esperança de saírem logo daquela situação. Já Cristiane Rafaele, mãe do pequeno Kairon, sentiu “paz interior”, que segundo ela é difícil por estarem passando por grandes provações. Uma outra mãe, Debora Morais, que está com sua filha, Ísis, há nove meses internada, disse que ficou ansiosa ao ser comunicada, no dia anterior, sobre a visita do bispo, pois como “tudo de Deus é bom”, ela sabia que o bispo levaria a presença de Jesus naquele Natal. Para registrar o momento, Débora, como alguns outros pais, pegou o celular e pediu ao bispo para tirar uma foto com sua filhinha. Prontamente o bispo atendeu ao pedido.

Ao entregar a caixinha com o terço às crianças, dom Gilberto pedia para que os pais ensinassem seus filhos a rezarem. Crianças recém- nascidas que estavam nas incubadoras, também foram visitadas. Em cada uma o bispo rezou, contemplou a presença de Cristo e ao lado da incubadora, que para eles é a manjedoura que os guarda nas inseguranças de estarem fora o útero da mãe, deixou também a caixinha com o presente.

“Essa visita de dom Gilberto fortalece muito a presença dos pais que estão com os filhos aqui, em especial por hoje ser o dia de Natal. Vimos nos rostinho de cada um a felicidade deles. Eu também fiquei muito feliz. Acredito que nós da área da saúde temos que unir a ciência com a religião. Se não temos a bênção de Deus, de nada adianta. Já ganhei meu plantão hoje, pois por estar trabalhando não conseguirei ir a missa, mas a presença do bispo nos abençoou ”, disse a enfermeira Andrezza Macêdo.

Antes da visita aos leitos, dom Gilberto presidiu a eucaristia na Capela do Hospital, dedicada a São Bento, pai fundador da Congregação Beneditinas Missionárias de Tutzing, responsáveis pela administração da casa de saúde visitada. Nessa missão natalina o bispo foi acompanhado pelos padres Leonardo Pinheiro e Nino Granjeiro e da irmã Rosa Maria, diretora do hospital.

Por: Jornalista Patrícia Silva (MTE 3815/ CE)