Onde está o bispo, aí está a Igreja de Cristo: Dom Edimilson Neves inicia seu pastoreio à frente da Diocese de Tianguá

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Ao cair da tarde deste sábado, dia 20, o povo católico de Tianguá acolheu, com grande júbilo e fervor, seu novo pastor e guia. Após vinte e seis anos de episcopado, o agora bispo emérito, dom Francisco Javier Hernandez Arnedo, passou o báculo – símbolo do pastor que conduz o rebanho – para dom Edimilson Neves. A transição deu-se em cerimônia solene, no patamar da Catedral de Sant’Ana, na qual também participou o arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi Marques. À celebração estiveram presentes o bispo de Crato, dom Gilberto Pastana, além de padres e seminaristas desta diocese, bem como todo o clero de Tianguá, seminaristas, religiosos e religiosas, leigos e leigas.

Dom Edimilson foi recebido com calorosos aplausos e, pouco após a solenidade, na entrada da cidade, foi saudado pelas autoridades, tendo recebido das mãos do prefeito, Luis Menezes, a chave do município: “Que traga pra nós toda paz”, disse ele.

A concelebração Eucarística começou com o rito de tomada de posse canônica, que consistiu na leitura da Bula Papal, entrega da cátedra e do báculo. Após esse momento, foram proferidas as saudações ao novo bispo, em nome do clero, dos religiosos e dos leigos. Ao som do hino pontifício, entoado por um coral formado por mais de cinquenta vozes, cada padre manifestou o seu respeito e a sua obediência ao seu novo pastor. Transcorrido esse momento, a Santa Missa seguiu como de costume.

Na homilia, proferida para centenas fiéis, que deste o começo da tarde já se aglomerava em frente à Catedral de Sant’Ana, dom Edimilson assim se expressou: “Venho com o desejo de dar continuidade ao rebanho do mestre. Depois de uma longa jornada, dom Javier passa o pastoreio aos meus cuidados. Não é fácil suceder um bispo desta qualidade”.

[Coral formado por mais de cinquenta vozes entoa hino a dom Edimilson. Assista, clicando no vídeo]

Início do episcopado

“Venho com a melhor das disposições, para colaborar e somar forças”, acrescentou Dom Edimilson em entrevista coletiva, momentos antes da solenidade. “Aprendi a ser a sacerdote e meu episcopado foi construído na Diocese de Crato, na religiosidade popular de Nossa Senhora da Penha, no amor ao padre Cícero, nas romarias. Essa herança espiritual que eu trago se prolonga e se estende, também a essa Diocese de Tianguá”, assegurou.

O arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio, comentando a simbologia da cerimônia de posse canônica e início do Ministério Episcopal, explicou que “esse é um momento em que, chegando um novo pastor, um novo bispo, o povo de Deus recebe ‘aquele que vem em nome do Senhor’, para anunciar o Evangelho e ensinar o caminho de Jesus”. De acordo com o prelado, essa também é uma ocasião “muito alegre, feliz e de ação de graça”. “A chegada de um bispo novo é uma alegria, para todos nós e para os bispos do Regional”, afirmou.

Saudando o novo pastor em nome de todos os leigos e leigas, o professor Mario Roberto, desejou que a missão agora iniciada “seja marcada pela presença pastoral como bispo de todos”, sem esquecer os “sinais claros” dados pelo Papa Francisco para humanidade sobre a escolha preferencial pelos pobres e excluídos. “Juntos a esses irmãos e irmãs, nós queremos ser, convosco, uma Igreja discípula, missionária, profética e ministerial”, exortou.

Dom Fernando Panico, que ordenou o novo pastor de Tianguá, não pode estar presente à cerimônia, mas mandou mensagem especial, na qual ressaltou “sentir, no coração, gratidão e grande orgulho” por tão jubiloso momento.

(Na presença dos bispos do Regional NE 1, do qual faz parte a Diocese de Tianguá, dom Edimilson inicia seu ministério episcopal. Foto: Patrícia Silva)

3º Francisco

Pela terceira vez, o povo tianguense terá um Francisco como bispo. O primeiro foi dom Frei Timóteo Francisco Nemésio Cordeiro, OFMCap, que ficou por 19 anos à frente da Diocese. Com a morte de Dom Timóteo, assumiu dom Francisco Javier Hernández Arnedo, OAR, e agora dom Francisco Edimilson Neves Ferreira, como terceiro bispo.

Dom Javier Arnedo, agora emérito, neste sentido, desejou boas-vindas a seu sucessor: “Que ele venha como uma pessoa de fé, para ser testemunha de fé no meio do nosso povo”. Aqui nós temos um povo muito participativo. Ele aprendera o ofício de pastor”.

Já o cura da Catedral de Sant’Ana, padre Carlos Alberto, comentando as expectativas da chagada do novo pastor, definiu que o sentimento é de alegria de ter a Igreja reunida e estar diante do povo de Deus, “vivenciando essa alegria bonita de receber o nosso terceiro bispo”.

(Milhares de fiéis, com faixa e bandeiras em punho, acolheram seu terceiro pastor, também chamado Francisco. Foto: Patrícia Silva)

Trajetória

Natural da cidade de Jardim, dom Francisco Edimilson Neves Ferreira nasceu em três de outubro de 1969. Zeloso às coisas sagradas, ingressou no Seminário São José aos vinte anos. Em seguida, fora transferido, para o Seminário Regional em Fortaleza, onde concluiu os estudos no Seminário da Prainha, sendo licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará.

Como padre, ordenado em 12 de dezembro de 1997, esteve à frente da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Crato. Também foi professor, prefeito de disciplina e diretor espiritual do Seminário Diocesano São José. Nomeado, depois, coordenador diocesano de pastoral, exerceu o cargo durante 14 anos. Soma-se, ainda, à sua missão, a vice- diretoria do Colégio Pequeno Príncipe, desempenhada desde 1998. Seus últimos trabalhos, enquanto padre da diocese de Crato, foi o de cura da Catedral de Nossa Senhora da Penha e gerente executivo da Fundação Padre Ibiapina.

Segundo monsenhor José Alves, um dos decanos do clero cratense – e que fez questão de ir à posse do novo bispo de Tianguá – disse que dom Edimilson merece todo o seu respeito, sobretudo, pela dedicação dispensada à Igreja. “Desejo para ele a melhor bênção de Deus”.

(Dom Edimilson Neves deixa vasto legado espiritual para a Igreja de Crato, sobretudo, pelo seu zelo à Liturgia. Foto: Patrícia Silva)

Madre Carmelina Feitosa, que convivera com dom Edimilson durante vinte anos, de igual modo, saudou aquele a quem chamou de “filho”, e, elogiando sua trajetória “muito eficiente para nossa diocese”, disse se sentir feliz “com esse prêmio que ele está recebendo de ser elevado à condição de bispo”. “Que Deus o abençoe nesta nova missão”, desejou.

Sobre a Diocese de Tianguá

A Diocese de Tianguá foi criada em 13 de março de 1971 pela Bula “Qui Summopere” do Papa Paulo VI, juntamente com as dioceses de Itapipoca e Quixadá. Foi desmembrada da Diocese de Sobral em todo o seu território e, como sede própria, na condição de Catedral, designada a Igreja Matriz de Sant’Ana, em Tianguá.

Territorialmente, abrange treze municípios, situados ao longo da Serra Grande da Ibiapaba e do Litoral Norte do Ceará: Tianguá,Viçosa do Ceará, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá e Graça. Atualmente está integrada por 17 Paróquias, 5 Áreas Missionárias e 2 Áreas Pastorais, 32 sacerdotes e três diáconos dirigindo os trabalhos pastorais.

 

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