Há 14 anos, o Cariri, em particular a cidade de Juazeiro do Norte, é o jardim onde as Irmãs Monjas Beneditinas encontram o néctar para a oração e o trabalho de sua comunidade e para a vida pastoral e evangelizadora das comunidades eclesiais.
A chegada à Diocese de Crato ocorreu em maio de 2003, de um convite feito pelo então bispo diocesano Dom Fernando Panico. Em visita às Monjas, em Sergipe, acontecida em meados de 2001, o pastor lhes havia pedido para que fundassem, na Igreja Particular de Crato, um ambiente beneditino de vida contemplativa (de clausura). Para a glória de Deus, o convite se concretizou em doze religiosas e três noviças.
Aos 13 dias de maio, “qual exame de abelhas, guiadas pela Providência, deixaram seu primitivo mosteiro em Sergipe para formar nesta nossa Diocese, no Ceará, e, nesta Terra da Mãe de Deus, uma colmeia, onde, através da comunhão fraterna, de sua oração e de seu trabalho, possam produzir mel da alegria para todos nós, povo de Deus”, como bem expressara Dom Fernando ao acolhê-las durante a Santa Missa celebrada no Santuário Diocesano de Nossa Senhora das Dores [hoje Basílica Santuário de Juazeiro do Norte], no dia 18 daquele mês.

O meu desejo – prosseguiu o bispo – é que vocês, queridas irmãs, nos ajudem a amar e servir o Senhor com seu entusiasmo de consagradas e com perseverança na escuta de Deus. A sua vida monástica seja para nós um testemunho e um incentivo para a obediência da Palavra de Deus, da qual fala o Pai São Bento [fundador da Ordem Beneditina].
O bispo emérito, Dom Newton Holanda Gurgel, tendo presidido a Santa Missa [Dom Fernando concelebrou, pois estava ainda convalescente de uma enfermidade], assim as saudara em sua homilia: “A Diocese de Crato […] pela primeira vez, experimenta esta alegria de ver completa toda sua estrutura eclesial, recebendo uma comunidade contemplativa. É um dia de graças, é um dia de bênçãos do céu […] Um dom perfeito, um dom acabado”.
Fixando morada
A primeira visita à terra do Padre Cícero para “analisar as possibilidades de trabalho para uma comunidade que vive do trabalho das mãos”, logo fora abraçada “com muito entusiasmo” e aconteceu no ano seguinte.

A fundação do mosteiro fora acompanhada pelo então pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga, padre José Alves, com apoio das autoridades políticas da época, de modo particular, a primeira-dama, Rosenir Fiúza, que, de bom grado, cedeu sua casa para acolher provisoriamente o Mosteiro, batizado de Nossa Senhora da Vitória.
Do local onde havia apenas matagal, pouco tempo depois, começou a atrair vizinhança pela “beleza da construção e, sobretudo, a paz que o Mosteiro irradiava”, o que, ainda hoje, é motivo para atrair numerosos romeiros.
Elevado, em 2014, à condição de Abadia, a primeira do Ceará, o Mosteiro tornou-se o jardim onde todo o néctar de oração e trabalho estão abrigados, conforme desejo de Dom Fernando, quando da chegada das Irmãs.
Neste dia 13 de maio de 2017, no júbilo do centenário das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, as Imãs Monjas elevaram a Deus preces de gratidão por tão simbólica data, unidas, em oração, a todos aos fiéis de toda Diocese de Crato [e as religiosas reunidas para encontro da Conferência Nacional dos Religiosos – CRB núcleo Cariri] em Santa Missa presidida por Dom Edimilson Neves, que, assim como Dom Fernando e Monsenhor José Alves, muito lhes ajudara na edificação do Mosteiro. Abaixo, vídeo com mensagem especial, proferida pelas abadessas Madre Maria José [abadessa atual] e Madre Maria Aparecida [emérita].





