Ao cair da tarde desta quinta-feira (13), santificada pelo amor de Deus ao mundo e à humanidade, os fiéis voltaram a se reunir na Catedral Nossa Senhora da Penha, no centro de Crato, para fazer memória “àquela ceia derradeira”, em que Jesus instituíra o maior de todos sacramentos: a Eucaristia, mistério da fé.
A solene cerimônia na qual acontece, também, o tradicional rito do “Lava-pés” e abre o Tríduo Pascal, foi presidida por dom Gilberto Pastana, concelebrada por monsenhor Edimilson Neves (bispo eleito de Tianguá) e padre José Vicente (cura da Sé Catedral).

Para relembrar o mesmo gesto de Jesus, o pastor diocesano trocou as vestes, agachou e lavou os pés de doze homens, representantes de instituições ligadas ao tema da Campanha da Fraternidade que, este ano, faz alusão aos biomas brasileiros.
“Jesus não ensinou uma teoria. Não ensinou uma ideia. Ensinou uma maneira de viver”, explicou o bispo após o gesto, durante sua homilia.
Para o apicultor cratense Francisco Cornélio da Silva, que participou do rito, o momento foi “muito importante”. “Senti uma grande felicidade em estar ali, muita emoção pela primeira vez participar de um momento tão bonito da Palavra de Deus e ser privilegiado em estar ali, sentado para o lava-pés”, disse ele.

O geógrafo Paulo Alves também representou um dos doze apóstolos. Segundo ele, “foi um momento muito forte, até porque engrandece a nossa fé, é como se a gente tivesse presenciando aquele momento junto da Paixão de Cristo”.
A dona de casa Francisca dos Santos Pereira, que acompanhou toda cerimônia, considera-a “uma preparação para a Paixão de Jesus, com grandes ensinamentos, tanto no Evangelho quanto na celebração em si, lições de humildade”. “Ele manda que nós, também, sejamos humildes uns com os outros. Então tudo isso nos prepara na vida de cristãos”, afirmou.

Mistério da Fé
O vigário geral da diocese e cura da Catedral, padre José Vicente Pinto explica que a instituição da Eucaristia significa, fundamentalmente, “a continuidade do Cristo vivo entre nós”. Segundo ele, a Paixão de Cristo, a sua morte, não teve um ponto final, mas foi uma ocasião para que a humanidade testemunhasse, a olhos vivos, que Jesus é o Senhor da vida e da morte. “Ele tudo pode, pode, inclusive, suplantar a morte para garantir a vida de todo aquele que Nele crer. Então, a instituição da Eucaristia é simultâneo à instituição do sacerdócio para perpetuar, no mundo, a presença viva de Cristo entre os seres humanos”.





