Para que os cristãos vivam em unidade e, assim, possam buscar na Palavra e na Eucaristia o alimento que lhes sustentam a alma e o espírito, há que se planejar a criação de “Comunidades de Comunidades”, que se reúnem, a partir de círculos bíblicos ou de algum outro projeto que a paróquia ofereça, de modo a serem sempre peregrinos, atuantes e “em saída”.
Daí a necessidade de um “planejamento pastoral”, pensado em assembleia, a fim de conhecer a identidade da paróquia, sua realidade e desafios pastorais, para impulsionar e bem orientar a caminhada de Igreja, numa oportuna sinergia entre pastorais, movimentos, secretários paroquiais e ministérios. A formação de um Conselho Pastoral é, neste sentido, primordial para acompanhar e avaliar a ação evangelizadora. Essa foi a proposta do encontro assessorado por Dom Gilberto Pastana aos padres, e representantes dos ministérios da Liturgia, Palavra e Caridade das 14 paróquias que compõem a Região Forânea III.
Tratando, inicialmente, sobre a tendência capitalista que faz pender a atual sociedade, o bispo diocesano enfatizou que “sozinhos não se pode construir comunidade”. De acordo com ele, quanto mais o ser humano se aproxima do individualismo e do consumismo, tanto mais ele se expõe ao risco de falhar enquanto comunidade. “Se nós queremos ser discípulos do Senhor, temos de combater essa situação”.

Neste sentido, prosseguiu Dom Gilberto, a paróquia é a casa, por excelência, de todos os fiéis, onde eles devem encontrar o Cristo Ressuscitado, sendo lugar de acolhida, de orientação, de ajuda espiritual e material. A partir da paróquia se pode descobrir os espaços ainda não evangelizados ou situações que demandam atenção especial. “Se a gente é uma comunidade viva, a gente reza até embaixo de uma mangueira”, brincou.
À luz do Evangelii Gaudium, Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, o bispo também sublinhou a importância de aprofundar os “quatro distintivos da Igreja primitiva”: o ensinamento dos apóstolos, a comunhão fraterna, a fração do pão e as orações. “Sem esses quatro esteios, não se pode ter comunidade.
Caminhos para a formação de “Comunidades de Comunidades”
Assembleia, Conselho e Coordenação. Esses são os pilares fundamentais para “fazer funcionar bem” as diretrizes contidas no Plano Diocesano de Pastoral, cujo conceito principal é dar “um rosto novo” às pastorais sociais, que deve ser aplicado às foranias e, por conseguinte, às paróquias.

De modo a cumprir bem essa missão, todas as “forças vivas da comunidade paroquial” precisam se organizar, orientou Dom Gilberto.
Para o administrador paroquial de Jamacu, distrito de Missão Velha, Padre Tales Eduardo, é importante a presença de Dom Gilberto nesses encontros forâneos, “porque nos motiva e nos ajuda a ir para a paroquia e trabalhar junto com os seus paroquianos”. De acordo com o padre, o maior desafio, quando se fala na formação do conselho pastoral, é, exatamente, pensar uma paróquia renovada, mas considera que, com o apoio e presença do bispo nas reuniões e nos encontros, já é um sinal de esperança e de passos significativos.
Na mesma linha de pensamento está o pároco de Penaforte, Padre Joaquim Cláudio. Segundo ele, diante dos desafios paroquiais ou projetos em nível diocesano, com a proposta de reorganização dos conselhos de pastoral, envolvendo, também, a comunidade, “com muito jeito” é possível conscientizar aqueles que já exercem alguma função nas coordenações de pastorais.

Fazem parte da Forania III as paróquias de Abaiara, Barro, Iara (distrito), Brejo Santo (Sagrado Coração de Jesus e São Francisco), Jardim, Jati, Jamacaru (distrito), Missão Velha, Milagres, Mauriti, Palestina (distrito), Penaforte e Porteiras.
Eis, pois, os passos que cada paróquia precisa seguir a partir de agora:
Assembleia Paroquial: amplo espaço de diálogo, participação e compromisso de vida de toda a paróquia;
Conselho de Pastoral: organismo a serviço da autoridade paroquial para refletir, planejar, acompanhar e avaliar a ação evangelizadora e pastoral da Igreja.
Coordenação de Pastoral: ministério confiado para animar, articular e atingir os objetivos da ação pastoral e evangelizadora.
Pastoral de Conjunto: ação pastoral integrada, que envolve todas as iniciativas evangelizadoras como pastorais, movimentos, serviços e organismos a partir de objetivos comuns.
Planejamento: processo de reflexão que antecede, prepara, acompanha e avalia toda ação evangelizadora e pastoral.
Plano Pastoral: documento que expõe os principais elementos das reflexões realizadas no processo de planejamento e determina, de forma prática, a sua execução através de objetivos, ações, recursos e processos avaliativos.





