A sexta-feira Santa é o único dia na Igreja em que não é celebrada a Santa Missa. Neste dia os fiéis participam da celebração da Paixão e Morte de Jesus Cristo na cruz, por isso hoje, 25 de março, às três horas da tarde, na Catedral Nossa Senhora da Penha, centenas de fiéis participaram da solene liturgia presidida por Padre Edimilson Neves e concelebrada por Dom Fernando Panico (que está recuperando- se de uma cirurgia), o Padre Acurcio Barros, missionário da misericórdia, e o Diácono Vinícius Antônio Melo.
Um dia após a Ceia Pascal, memória viva do maior mistério do amor de Deus, a liturgia de hoje possuía um rito sóbrio, num altar desnudo, com cruzes veladas, sem nenhum ornamento, mas de uma intensa espiritualidade da Paixão e Morte de Jesus. Neste dia, a Igreja convidava seus fiéis a olhar e a contemplar o Crucificado, na certeza da ressurreição.
A celebração da morte do Senhor consistiu, resumidamente, de entrada em silêncio e prostração diante do altar, Liturgia da Palavra, homilia, adoração da Cruz, apresentada aos fiéis e adorada ao som de cânticos entoados pelo Coral SCAC (da Sociedade de Cultura Artística do Crato), Pai Nosso, Comunhão dos fiéis, Oração depois da comunhão e Oração sobre o povo.
A homilia, proferida pelo Padre Acurcio, falou de um “perverso escândalo da Cruz”. De acordo com o sacerdote, se olharmos a celebração de hoje, com certo descuido da fé, tudo parecerá, apenas, um grande escândalo, pois a própria liturgia é uma solenidade dramática. No entanto, explica o padre, somente usando a “lupa da fé” é possível achar o real significado escondido no peito transpassado pela lança do soldado que fez jorrar água e sangue, dois importantes sacramentos para a Igreja (Batismo e Eucaristia). “Embora pareça a confirmação do fim, na verdade é a esperança que brota. No que aparentemente parece ser a ‘tragédia da Cruz’, revela a grande verdade da nossa fé. Do lado aberto do Messias, nasceu a Igreja, a comunidade dos redimidos”, disse.
Na Sexta-feira Santa, tudo aponta para o silêncio e a reflexão. Um dos principais momentos é o “Beijo da Cruz”, quando os féis, num ato de adoração e contrição, se dirigem até a imagem de Jesus crucificado, beijando-lhe as mãos, braços, pés e o lado aberto pela lança.
É costume, também, neste dia, cobrir as imagens dos santos e colocar um véu escuro no altar para dizer que toda a Igreja, enlutada, chora a morte de Cristo, exortando todo o povo a observar alguns sinais de penitência, em respeito e veneração.






