HOMILIA DO 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C – SER DISCÍPULO E VIVER A MISERCÓRDIA DO PAI

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“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.”
A liturgia deste domingo se trata da continuação dos ensinamentos dados por Jesus Cristo durante o Sermão das Bem-aventuranças. Com traços semelhantes ao Decálogo de Moisés, são apresentados conselhos e proibições que visam orientar a vida daqueles que decidiram viver os valores do Reino de Deus e permanecer caminhando com o Mestre. Assim, tendo como parâmetro ou modelo a misericórdia divina, as exortações proferidas por Jesus exigem de seus discípulos a prática e vivência do amor sem limites, mesmo para com os nossos inimigos. Os cristãos no mundo devem semear a lógica do amor substituindo a erva daninha da lógica da violência, do pecado e do mal.
A primeira leitura narra um fato ocorrido com Davi, no período em que ele estava sendo perseguido pelo rei Saul. O fato narrado nos faz compreender porque o povo de Israel enxerga Davi como seu rei mais benevolente, fiel a Deus e recebedor da promessa messiânica. Diante da oportunidade de eliminar Saul, Davi apresenta um coração nobre e escolhe perdoá-lo ao mesmo que reconhece que a vida e justiça pertencem ao Deus e a seus desígnios.
A segunda leitura, o Apóstolo Paulo continua a catequese iniciada nos domingos anteriores sobre a ressurreição. O Apóstolo ao falar da alegoria os dois “Adãos”, nos faz compreender o primeiro “Adão” por escolher construir sua história fora dos planos divinos, levou a humanidade a afastar-se de Deus. O Segundo “Adão” (Jesus Cristo) por construir sua vida e missão através do amor a Deus e ao próximo, nos lembra que os caminhos da justiça e da paz são as estradas por onde somos conduzidos para a vida plena que Deus nos reserva no futuro.
No Evangelho, durante Sermão das Bem-aventuranças e continuando a apresentação do seu projeto de vida, Jesus permanece apresentando as exigências para seu discipulado: um coração aberto para perdoar, para acolher e para servir a todos sem distinção. Os discípulos de Jesus devem ser diferentes dos fariseus e mestres da lei (praticantes da palavra apenas quando lhes é conveniente) e fazer da sua vida uma continuação da compaixão e misericórdia que eles viram em prática na vida de Jesus Cristo. Não é suficiente amar apenas a própria família, apenas o próprio grupo social, da própria raça, do próprio povo, partido, igreja ou clube de futebol. O amor cristão trata-se de um amor sem discriminações e sem limites que leva os discípulos a enxergar em cada ser humano – mesmo no inimigo – um irmão ou irmã.
Os ensinamentos contidos no evangelho de hoje são o que podemos chamar de a regra de ouro para o caminho do discipulado. Amar os inimigos, amar aquelas pessoas que nunca irão retribuir o bem que lhes fizermos se apresenta como um verdadeiro desafio para todos e qualquer ser humano. Não julgar e não condenar ninguém – uma vez que em tempos de redes socias e notícias falsas, os julgamentos e condenações apressadas estão cada vez mais comuns – se trata de um reconhecimento da autoridade de Deus, a quem compete o julgamento da humanidade unicamente. Cristo lembra que o Pai ao julgar sempre se utiliza de usa Misericórdia, oferecendo ao pecador penitente uma oportunidade de conversão e redenção.
O verdadeiro discípulo deve fazer de sua vida a expressão da benevolência do próprio Deus. O cristão não ignora a presença do mal, contudo não se deixa influenciar pela lógica do mal e permanece fiel ao compromisso de construir paz e alcançar o bem comum. Pois, independentemente do passar do tempo, a ética, a moral e os princípios cristãos sempre incluirão o perdão, o diálogo, a justiça e a construção da paz.
Estamos acolhendo o nosso novo Bispo Diocesano, Dom Frei Magnus Henrique Lopes O.F.M. Como seus fiéis, rezemos por ele:
“Ó Deus e Pastor do rebanho, nós vos agradecemos por todos os benefícios que tens concedido à nossa diocese. Voltastes, mais uma vez, o vosso olhar sobre nós, cumprindo a promessa de conceder ao vosso povo, pastores conforme o vosso coração (cf. Jr 3,15). Iluminai, pela ação do Espírito Santo, o inicio do pastoreio do nosso bispo, dando-lhe sabedoria e discernimento para conduzir o vosso povo na Diocese de Crato a fim de aquele que for eleito, confiando na assistência do vosso Espírito, responda com disponibilidade ao chamado, desempenhando com dignidade o seu ministério pastoral. A nós, seus fiéis diocesanos, concedei as virtudes da humildade e da obediência, para acolhermos bem aquele que nos enviastes. Assim, pastor e rebanho unidos pelo vínculo da caridade poderão se empenhar na edificação de uma Igreja viva, missionária e sinodal. Isso vos pedimos pela intercessão de Nossa Senhora da Penha, padroeira de nossa Diocese e de todos os padroeiros de nossas paróquias e comunidades. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém”.
Pe. Paulo Sérgio Silva
Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Farias Brito.

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