6º Domingo do Tempo Comum: bem-aventurados são os que escolhem o Reino de Deus

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Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois, será grande a vossa recompensa no céu;”

A Palavra de Deus deste domingo nos coloca diante do primeiro discurso de Jesus Cristo depois que ele constitui sua comunidade e convida a multidão que o segue a tomar uma decisão vital que os leve a viver à luz dos valores do Reino de Deus e não dos valores mundanos. Não é suficiente ouvir e se maravilhar com as belas palavras de Jesus, é preciso escutar e tornar suas palavras verdade e vida em nossa missão e em nossa história. Assim como aconteceu com a multidão que ouviu Jesus, somos questionados e levados a tomar uma decisão: a quem nós iremos seguir?

A primeira leitura para ajudar a discernir a escolha dos valores afirmados por Jesus Cristo no Sermão das Bem-aventuranças, nos coloca diante do perigo da autossuficiência dos que põem sua confiança mais nos seres humanos que em Deus. Ao usar uma metáfora sobre as árvores que são diferentes no deserto e na abundância da água, o profeta Jeremias nos fala da nossa condição humana quando decidimos ou escolhemos rejeitar Deus e viver separados das suas propostas salvadoras. Assim como acontece com uma árvore em região árida e salobra, nos avisa o profeta, separar-se de Deus é percorrer um caminho de injustiça, violência e morte; É renunciar ao caminho que conduz à vida plena.

Na segunda leitura encontramos São Paulo dando continuidade à sua catequese sobre a Ressurreição de Jesus Cristo como primícias da vida eterna para toda a humanidade. Ainda que estejamos à espera da nossa ressurreição, a nossa fé exige que vivamos já como pessoas ressuscitadas, uma vez que fomos marcados pela ressurreição de Jesus Cristo. O que isto quer dizer afinal?  Que não se pode ter fé na ressurreição ao mesmo tempo que se nega os valores pregados e defendidos por Jesus; que não podemos nos conformarmos com a lógica deste mundo (lógica da indiferença, do materialismo que leva ao acúmulo de riquezas, que nega a espiritualidade, que prega a violência e a morte), mas que devemos direcionar a nossa existência para Deus e para a vida plena que Ele tem para nós. A fé na ressurreição gera nova humanidade, que acredita na vida abundante e é solidária a defesa da vida e da dignidade em todas suas dimensões e instâncias. São Paulo nos exorta então a vencer o medo e nos comprometermos ativamente com a justiça, com a paz, promovendo a vida em todos os sentidos para alcançar a plenitude da vida em Cristo Jesus.

Ao longo destas semanas através do Evangelho temos acompanhado Jesus nos inícios do anúncio do Reino de Deus. E à medida que mais e mais pessoas vão se somando a multidão curiosa que já o acompanha, se faz necessário apresentar as condições e exigências para continuar seguindo Jesus e tornar-se participante do Reino.

As Bem-aventuranças foram inspiradas em alguns trechos do Antigo Testamento; principalmente nos Salmos e nos Livro Sapienciais. Elas são propostas que visam orientar aqueles que desejam permanecer na presença de Deus e viver as alegrias do seu Reino. Assim compreendemos que Bem-aventurado, é quem feliz, abençoado, porque escolheu viver os valores propostos por Deus; ainda que as vezes esta escolha traga sofrimentos advindos da perseguição promovida pelo mal e por aqueles que rejeitaram os caminhos divinos.  As palavras e a vida de Jesus nos ensinam que Reino dos céus pertence àqueles que sofrem porque abraçaram as propostas de Deus. Por isso, eles serão saciados, consolados e acolhidos pelo próprio Deus. A recompensa será grande para todos os que sofrem por testemunhar a fé em Jesus Cristo.

As bem-aventuranças nos lembram que precisamos escolher qual caminho irá conduzir nossa vida e nossa coração. Afinal é preciso saber que o Reino de Deus é aberto para Todos, mas não para Tudo; porque nem tudo promove os valores do Reino ou protege a vida e a dignidade humana. Não é à toa que Lucas ao fazer o anúncio das Bem-aventuranças, apresenta logo em seguida o anúncio das “maldições ou Ais” que caem sobre aqueles que promovem os caminhos do mal e da morte. Caso alguém deseje entrar no Reino, mas tenha escolhido ou se decidido por situações que negam o Evangelho, precisará decidir: ou entra no Reino ou permanece com suas escolhas que rejeitam as propostas de Deus.

Como cristãos, discípulos missionários de Jesus Cristo, sabemos que aquilo que aprendemos em nossa catequese na infância permanece como verdadeiro. O caminho das bem-aventuranças é o mandamento do amor a Deus e do amor ao próximo. É neste caminho que permanece a verdadeira bênção e felicidade plenas.

 

Pe. Paulo Sérgio Silva

Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Farias Brito.

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