Festa da Fé: Diocese de Crato encerra as comemorações pelos 100 anos de sua criação

Compartilhe:

O dia 19 de outubro de 2014 foi celebrado com muita festa por todos que fazem parte da Diocese de Crato, pois nesta data a igreja diocesana comemorou os 100 anos de sua criação, com a realização de Missa Solene, às 17h, na Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato- CE, presidida por Dom Fernando Panico e concelebrada pelo Bispo Auxiliar de Aparecida- SP e representante da CNBB, Dom Darci José Nicioli, o Bispo da Diocese de Iguatu, Dom João José da Costa, e padres da Diocese centenária, com a presença de religiosas e milhares de fiéis.

No decorrer da celebração passos da caminhada dos 100 anos foram sendo recordados, como também realizada a memória daqueles que deixaram suas contribuições para o andamento da evangelização nesta igreja particular. Através de uma entrada solene os momentos marcantes dos preparativos do centenário até a chegada e vivencia do ano jubilar foram demonstrados, como o Projeto Santas Missões Populares, o 13ª Intereclesial de CEBs e a criação de 158 capelas.

O Núncio Apostólico, Dom Giovanni d’Aniello, não pôde estar presente, mas enviou uma carta lida pelo vigário geral da Diocese, Pe. José Vicente Pinto, onde parabenizou a Diocese pela caminhada e lembrou que o Ano Jubilar não é somente uma ocasião de agradecimentos, mas também uma oportunidade ímpar para uma avaliação da caminhada que envolve a vida diocesana em todos os níveis e que tem como frutos, entre outros, uma renovada fidelidade a Deus e aos homens, no empenho específico de cada um. Segundo o Núncio, o Jubileu diocesano deve estimular a todos a fazer da Diocese uma Igreja que se coloque com sempre maior intensidade na escuta de Deus e dos homens, numa contínua construção e restauração de ideias em todos os níveis: clero, religiosos e leigos.

A esquerda Dom João José da Costa, no centro Dom Fernando Panico e a direita Dom Darci José Nicioli. (Foto: Patrícia Silva)
A esquerda Dom João José da Costa, no centro Dom Fernando Panico e a direita Dom Darci José Nicioli. (Foto: Patrícia Silva)

A pedido do Cardeal Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB, que enviou uma carta lida na homilia pois ele se encontra em Roma no Sínodo dos Bispos sobre as famílias, o Dom Darci esteve o representando. Para Dom Darci celebrar o jubileu é recordar e estabelecer compromissos para o futuro. “Jubileu diz muito para nós. Há 100 anos quantos aqui, como igreja, não encontraram o sentido para suas vidas. Quantos não dobraram seus joelhos em comunidade fortificando-se para não desanimar diante dos desafios da vida. Nossos antepassados, nossos avós, bisavós foram a igreja do Crato. Hoje cabe a nós empunharmos esta bandeira e continuarmos a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse.

Sobre Dom Fernando, o representante da CNBB demostrou admiração pela execução de sua ação missionária afirmando que ele é um bispo guerreiro, um pastor que teve coragem de abandonar sua terra, sua cultura, sua gente para se fazer missionário no Brasil, se tornando um bispo missionário. “É isso que nós vemos em seu trabalho realizado na Diocese de Crato. Eu gosto muito de Dom Panico, ele é para mim uma inspiração em meu episcopado”, afirmou.

Na história da Diocese de Crato muitos foram os que lançaram as bases para se chegar ao primeiro centenário, dentre eles estão os bispos Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, Dom Francisco de Assis Pires, Dom Vicente de Paulo Araújo Matos, o Bispo Emérito Dom Newton Holanda Gurgel, e o Bispo Dom Fernando Panico que exerce o seu 13º ano de pastoreio nesta região diocesana. Para Dom Fernando a caminhada centenária faz com que a alegria do evangelho se torne a missão de todos e os demais bispos contribuíram para isso, não só eles mas também outras pessoas como o Pe. Cícero Romão Batista, o Beato José Lourenço, o Monsenhor Murilo de Sá Barreto, a Madre Ana Couto, a jovem Benigna Cardoso, dentre outros.

Uma das comendas entregue ao Bispo Dom Fernando Panico, por representantes da  prefeitura municipal de Crato- CE. (Foto: Patrícia Silva)
Uma das comendas entregue ao Bispo Dom Fernando Panico, por representantes da prefeitura municipal de Crato- CE. (Foto: Patrícia Silva)
Dom Fernando disse perdoar aqueles que precisam do seu perdão e também com humildade, característica forte de seu episcopado, pediu perdão caso tenha magoado alguém e demonstrou-se perseverante para dar continuidade a missão, dizendo “com fé iniciemos o 2º centenário da Diocese de Crato. Não garanto que o veremos concluído, mas somos nós que somos chamados para lançarmos nossas redes para águas mais profundas. Vamos iniciar a escrever, com toda confiança, o livro dos atos dos apóstolos de nossa Diocese que é romeira e missionária”. (Clique aqui para  ler na íntegra a homilia de Dom Fernando).

Na celebração a prefeitura da cidade de Crato entregou comendas homenageando Dom Fernando Panico, e os bispos diocesanos, pelas contribuições prestadas pela Diocese de Crato a toda região.

O Ano Jubilar

O ano jubilar iniciou com a dedicação da Catedral Nossa Senhora da Penha realizada em 20 de outubro de 2013, onde foi proclamado o decreto do ano jubilar. A partir dai muitas foram as celebrações e comemorações, como a peregrinação da imagem da padroeira diocesana, Nossa Senhora da Penha, pelas cinco regiões foraneas, os jubileus específicos vivenciados com cada pastoral e movimento, a coroação da imagem da padroeira pelo representante do Papa Francisco, Cardeal Dom João Braz de Aviz e a criação da Fazenda da Esperança Pe. Cícero.

Segundo o Pe. Weslley Barros, secretário da Comissão para o Jubileu, o ano jubilar foi um grande desafio. “Tempo de muitos dons, misericórdia, perdão, purificação, celebração, reflexão. Tempo que nos lançou diante de um futuro que depende de nós. Como os 100 anos que estamos celebrando dependeram de tanta gente, tantas pessoas que passaram e fizeram sua história, os próximos anos também deverão contar com a marca de cada um de nós. É com alegria que concluímos o ano jubilar e nos lançamos na semeadura, no campo do Reino de Deus”, falou.

A esquerda Pe. Weslley Barros, secretário da Comissão para o Jubileu, e a direita Dom Fernando Panico, Bispo da Diocese de Crato. (Foto: Patrícia Silva)
A esquerda Pe. Weslley Barros, secretário da Comissão para o Jubileu, e a direita Dom Fernando Panico, Bispo da Diocese de Crato. (Foto: Patrícia Silva)

Para o Pe. Weslley o que mais marcou o ano jubilar foi a capacidade do povo estar acima de qualquer limitação e de se colocar dentro do espírito da celebração, se inserindo dentro da alegria do contexto celebrativo. “A capacidade do povo de Deus de assimilar o que a igreja propõe, isso é para nós um tesouro imenso”, afirmou.

Sobre a possibilidade de deixar uma mensagem aos que, daqui a 100 anos, estarão a frente das comemorações para o bicentenário o secretário da Comissão para o Jubileu disse que é necessário ter disposição por parte de todos que fazem a Diocese. “Que se exercitem na arte da comunhão, do não ficar de fora porque isso contagia. O esforço para não ficar de fora contagia. E mediante a grandiosidade da comemoração, ao chegarmos ao final, percebemos que não fomos nós que fizemos, mas o próprio Deus e que todo o sacrífico, toda doação para que aconteça da melhor forma vale a pena” disse.

100 anos se passaram

Hoje mais de um milhão de fiéis são atendidos pela evangelização da Diocese de Crato, que possui 55 paróquias presentes em 32 cidades da região, sob o pastoreio de mais de 130 padres e 2 bispos.

Sendo criada em 20 de outubro de 1914, pelo Papa Bento XV, através da bula papal Catholicae Ecclesiae, se desmembrando do território da Diocese do Ceará, hoje Arquidiocese de Fortaleza, realizou a comemoração do primeiro centenário no dia 19, por este ser um domingo e tornar mais viável a presença dos fiéis.

A Diocese de Crato tem como características fervorosas as romarias e a missionariedade que atraem aproximadamente 600 mil romeiros por ano a Juazeiro do Norte- CE, por causa do Pe. Cícero Romão Batista, e mais recentemente a Santana do Cariri- CE, onde estão os restos mortais da Serva de Deus Benigna Cardoso.

Dom Fernando incensando a imagem da padroeira diocesana, Nossa Senhora da Penha. (Foto: Patrícia Silva)
Dom Fernando incensando a imagem da padroeira diocesana, Nossa Senhora da Penha. (Foto: Patrícia Silva)

Possui dois casos de santidade que estão sendo estudados pelo Vaticano: o fenômeno Pe. Cícero, o santo popular do interior do Nordeste que está no estágio de busca pela Reabilitação, e a Mártir da Castidade Benigna Cardoso, que já possui o título de Serva de Deus.

Para a Irmã Marieta Moura, 85, da Congregação Filhas de Santa Tereza de Jesus, instituto religioso fundado por Dom Quintino, a Diocese de Crato representa muito para a religiosidade do povo do Cariri. “Hoje nós estamos vibrando de alegria, pelos bispos, padres, todos que passam por aqui e deixam suas contribuições para que esta igreja missionária continue lutando para vivermos a fé em Jesus”.

Já para o Juiz de Paz, Israel Pereira, 23, a Diocese de Crato significa uma mãe que acolhe todos que precisam. “Seu maior beneficio é contribuir espiritualmente para a vivencia de cada diocesano, como também as diversas ações sociais que são frutos concretos de suas obras. O centenário é um momento de esperança. onde celebramos o que vivenciamos até hoje e temos a esperança de continuarmos neste caminho tão bonito, com quedas, mas com alegrias que superam todas as dificuldades. Sinto-me maravilhado por estar podendo participar deste momento histórico que são os 100 anos de criação da Diocese”.

Posts Relacionados

Facebook

Instagram

Últimos Posts