Experiência missionária reúne 100 jovens no sertão do Ceará

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O distrito de Itapebussu, em Maranguape, no sertão do Ceará, recebe desde o dia 12 de janeiro, a II Missão Sem Fronteira, uma experiência missionária realizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) em parceria com a arquidiocese de Fortaleza (CE). Participam da jornada 100 jovens de 21 estados brasileiros e representações das POM do Paraguai.

O lema do encontro “Tens um longo caminho a percorrer” (1Rs 19, 7) faz memória dos 10 anos de caminhada e articulação da Juventude Missionária no Brasil. De acordo com as POM, nesta segunda edição da experiência missionária será reiterada a metodologia construída na primeira edição, “o desejo de uma Igreja em saída, que caminha até as periferias, realidades onde a vida é sofrida”. Em janeiro de 2016, a experiência ocorreu na cidade de Ananindeua, região metropolitana de Belém (PA).

A Missão Sem Fronteiras teve início na quinta-feira passada, dia 12, com o encontro formativo cujo objetivo foi de aprofundar o estudo missionário e a compreensão da realidade da comunidade que visitada. Esta primeira parte foi concluída no sábado, dia 14. No domingo, foi celebrada a missa de abertura, na paróquia São Miguel Arcanjo em Itapebussu. Os missionários foram divididos nas comunidades da paróquia, onde realizarão visitas missionárias, celebrações, momentos de animação e formação para jovens, crianças e lideranças comunitárias.

Além disso, ocorrerão três oficinas com as temáticas “Saúde Comunitária”, “Cidadania e Direitos Humanos” e “Educação Ambiental e cuidado com a Mãe Terra”. Nestas oficinas, os jovens doarão um pouco dos seus conhecimentos técnicos e profissionais em prol das comunidades e no fortalecimento da vida e da dignidade humana de todas essas pessoas.

“A experiência da missão nacional vem fortalecer a vida da juventude, contribuindo no crescimento do carisma missionário e reforçando a identidade do discípulo”, afirma o coordenador da Juventude Missionária do Ceará, Lucas Guerra, de 25 anos. Ele recorda a realidade do semiárido, a qual apresenta inúmeras necessidades. “A seca, a pobreza, a falta de políticas públicas que são desafios pastorais. Ao mesmo tempo, o povo sertanejo tem uma fé autêntica e uma simplicidade que nos ajudará a renovar a esperança por um mundo novo, sem fronteiras”, sublinha Guerra.

O membro da coordenação da iniciativa missionária Guilherme Cavalli explica que a escolha do sertão cearense se deu por conta do desejo “de sermos presença de esperança e vida para aqueles e aquelas que fazem dos desafios suas lutas diárias. Desejamos estar perto daqueles que estão longe”.

Formação

Antes de serem distribuídos nas comunidades, onde permanecerão 8 dias, os jovens missionários participaram da formação conduzida pelo membro da Comunidade Taizé em Alagoinhas (BA) irmão Bruno Todtli. Para ele, “missão é estar atento aos fatos do mundo e as juventudes necessitam estar provocadas pelos fatos que ocorrem nas sociedades, as violações de direitos que os envolvem”. O religioso sugere uma pergunta e uma reflexão sobre a realidade juvenil. “Quais são os acontecimentos que se repetem em nossas orações? Juntos com os jovens buscaremos contemplar as realidades a partir de perguntas que nos inquietem”, explica. Irmão Bruno é um missionário suíço e está no Brasil há 50 anos, aqui chegou a convite de dom Helder Câmara.

Comunidade que acolhe

Localizada a 46 quilômetros de Fortaleza, a paróquia São Miguel Arcanjo é formada por 34 comunidades e conta com coordenação do padre Dimas Gonçalves Lima. De realidade rural, a paróquia é formada por aproximadamente 22 mil habitantes que trabalham, majoritariamente, com agricultura familiar.

Carisma missionário

Uma das missionárias que participam da Missão Sem Fronteira é da diocese de Ponta Grossa (PR). Rosângela Greminski é advogada e tem 30 anos. Ela agora faz de um grupo de missionários que romperam as fronteiras do Paraná para atuar na missão. A Igreja particular conta com participação na I Missão Jovem na Amazônia, possui um grupo de missionários na cidade de Quebo, diocese de Bafatá, em Guiné Bissau, e já enviou um padre para a prelazia de Lábrea (AM).

“Quando chego e falo que sou de Ponta Grossa todos abrem um sorrisão”, conta Rosângela. “Dom Sérgio é o bispo referencial missionário e por isso, quando alguém se identifica como sendo da diocese, as pessoas acham que todos aqui são missionários”, acrescenta. Para o bispo de Ponta Grossa, a diocese se abre para outras regiões, além de seu território. “É uma alegria. Nos sentimos embarcando junto”, comenta o bispo, lembrando a beleza do envio de leigos para as iniciativas missionárias. Além de Rosângela, outra jovem de Ponta Grossa participa de uma missão neste mês. Também integrante da Juventude Missionária, Isabela Mendes, de 20 anos, viajou para Atyrá, a 61 quilômetros de Assunção, no Paraguai.

Com informações e foto das Pontifícias Obras Missionárias
Com informações dos regionais Nordeste 1 e Sul 2 da CNBB

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