Testemunhas do Ressuscitado

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Nos evangelhos é possível constatar, depois da ressurreição do Senhor, como os discípulos demoraram a acreditar na possibilidade da ressurreição. A frustração foi grande em demasiado para lançar esperanças. Na memória dos discípulos era mais presente a imagem desconcertante e derrotada do crucificado que de suas palavras de vida.

A morte põe o homem diante de sua impotência, por isso mesmo era difícil crer na força da vida. Mas o Ressuscitado se lhes aparece, mostra-lhes as marcas de sua entrega amorosa. No coração inquieto, amedrontado e frustrado dos discípulos Cristo sopra a paz, paz que nasce da certeza que Ele está vivo outra vez e que não é fruto de sua imaginação, nem é um fantasma a vaguear pelo mundo. Não é fácil continuar acreditando na vida perante sinais tão claros e aterrorizantes da morte, mas o Ressuscitado nos diz que é possível, mais que isso, é necessário.

O cristão não pode nem deve perder a esperança, pois a fonte e razão de sua esperança não é sentimento, mas sua esperança está firmada no próprio Ressuscitado. Em um mundo tão marcado pela força arrebatadora da morte precisamos confirmar nossa esperança na vida, nossa crença na força renovadora da vida, mais, precisamos reencontrar com o Ressuscitado, contemplar as marcas de sua paixão, aquelas marcas de cujas feridas pelas quais fomos curados. Somente numa experiência profunda  e íntima com o Ressuscitado renascerá em nós o crer na vida ainda perante a força avassaladora da morte tão presente em nosso mundo.

A violência, a intolerância, o desrespeito, a corrupção, a injustiça, a fome, a miséria, o egoísmo, os jogos “mortais” e insanos do mundo cibernético, o medo são sinais fortes e presentes da morte em nosso tempo, no entanto, somos chamados a, a partir da experiência com o Ressuscitado, proclamar outra vez nossa esperança num mundo novo. Digo mais, somos a ser testemunhas do Ressuscitado na luta contra esse reino de morte que deseja instaurar-se sobre a criação de nosso amado Deus.

O Ressuscitado nos convoca a rolar as pedras que aprisionam a nós e aos nossos semelhantes em nossos sepulcros. Ele nos fortalece para quebrarmos as algemas da morte que tenta e aprisionam muitos de nossos irmãos. Nele encontramos a força para, da morte, recriar a vida. Nele o Pai nos diz que a palavra última para sua criação é a palavra da vida, vida pela.

Não sejamos medrosos, mas testemunhas do Ressuscitado!

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