O último adeus ao Monsenhor Vitaliano Mattioli

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Hoje, 06, às 7h, centenas de fiéis estiveram reunidos na Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato- CE, para a celebração exequial e sepultamento do monsenhor Vitaliano Mattioli, falecido no último dia 04, no Real Hospital Português, localizado em Recife- PE, por complicações em uma cirurgia cardíaca. A missa que foi presidida por Dom Fernando Panico e concelebrada por vários padres da diocese, contou com várias homenagens expressando o último adeus ao sacerdote.

Dom Fernando, que em muitos momentos da celebração se mostrou emocionado, afirmou que dos 76 anos de vida do Monsenhor Vitaliano, os últimos cinco anos do sacerdócio foram vividos com alegria, obediência e disponibilidade ao próximo na diocese de Crato. O bispo falou ainda do seu pesar como algo próprio da humanidade, e da alegria vivenciada na certeza da ressurreição, exortando todas as pessoas a agradecerem a Deus pelo sacerdote exemplar e santo que ele foi.

O monsenhor, antes de ir a Recife para realizar a cirurgia, havia deixado um testamento espiritual, que foi lido na celebração pelo vigário geral da diocese, Pe. José Vicente Pinto. No testamento ele agradecia a Deus pelo dom da vida, a graça da saúde, do estudo, e sobretudo pelo dom do sacerdócio alimentado pelo Pão Eucarístico e pelo Pão da Palavra, fontes de grande consolo em sua vida. Agradecia também a Diocese de Roma, Vaticano, que o permitiu conhecer melhor a Igreja, ao Dom Fernando e o Conselho Presbiteral da diocese de Crato pelo acolhimento e compreensão, e finalizou afirmando “Confio na intercessão de Maria, espero que ela possa apresentar-me ao seu Filho Jesus”.

Dom Fernando Panico dando seu último adeus ao grande amigo, Monsenhor Vitaliano Mattioli. O bispo se emocionou no decorrer da celebração. (Foto: Árysson Magalhães)
Dom Fernando Panico dando seu último adeus ao grande amigo, Monsenhor Vitaliano Mattioli. O bispo se emocionou no decorrer da celebração. (Foto: Árysson Magalhães)

Além de fiéis da diocese de Crato, também esteve presente uma comitiva vinda de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, onde o monsenhor residiu primeiramente ao chegar ao Brasil, em 2003. Mensagens encaminhadas à diocese de Crato pela ocasião foram lidas, como a do irmão do monsenhor, o padre Alfredo Mattioli, que é missionário no Canadá; a do Cardeal Valin, vigário de Sua Santidade para a Diocese de Roma, Itália, seu amigo pessoal; e a dos alunos e ex-alunos do Pontifício Instituto São Apollinare de Roma, onde ele foi professor. A comissão para a causa de beatificação da jovem Benigna, a qual o Monsenhor foi postulador, também prestou sua homenagem e emocionou a assembleia entoando o hino da Serva de Deus.

Padre Paulo Lemos, pároco da Paróquia Senhora Sant’ana de Santana do Cariri, disse que foram várias as contribuições do monsenhor Vitaliano para a comunidade paroquial e a causa de beatificação da jovem Benigna, por descobrir esse “tesouro eclesiástico”, onde acompanhou diretamente abrindo caminhos para o processo chegar à sua conclusão e fazendo chegar até Roma, beneficiando com isso a vida pastoral da comunidade santanense com as romarias à Mártir da Castidade, Benigna Cardoso.

Para a Comunidade Missão Resgate, onde ele era diretor espiritual, a morte do monsenhor foi uma grande perda para a igreja. “Ele sempre esteve presente constantemente na comunidade por meio de atendimentos aos membros, formações e celebrações contribuindo assim para o nosso crescimento espiritual. Tinha um grande significado para nós. Com certeza é uma grande perda, mas com a fé na ressurreição esse sentimento se transforma em esperança na vida eterna e acreditamos que, a partir de agora, teremos mais um intercessor no céu, junto a Deus”, falou o fundador da Comunidade, Geraldo Braga.

Clero da diocese de Crato na celebração exequial do Monsenhor Vitaliano Mattioli. (Foto: Árysson Magalhães)
Clero da diocese de Crato na celebração exequial do Monsenhor Vitaliano Mattioli. (Foto: Árysson Magalhães)

Em sua presença na diocese de Crato monsenhor Vitalino se tornou também diretor espiritual do Seminário Diocesano São José, onde lecionava no curso de teologia. Com amor ao sacerdócio falava sempre da necessidade do compromisso de ser outro Cristo. “Em seu último retiro, pregado na última terça-feira de novembro, nos lembrava de que tipo de sacerdotes deveríamos ser. Quase se descrevia: viver uma vida simples sem nada que denote vaidade, dar a vida pelas próprias ovelhas, ter um coração aberto, generoso e disponível, enfim, ser outro Cristo e ponto”, afirmou o seminarista Rogério Mesquita, seminarista da Diocese de Iguatu.

Sendo natural da Itália, mas morando atualmente no Brasil, o próprio monsenhor pediu que ao morrer seu corpo fosse sepultado onde ele estava, na diocese de Crato. Devido isso e pela grande importância e contribuição prestada à diocese, o bispo diocesano junto com o conselho presbiteral, decidiram que o sepultamento acontecesse na Capela da Ressurreição, localizada na Catedral Nossa Senhora da Penha, onde se encontram sepultados Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, Dom Francisco de Assis Pires e Dom Vicente de Araújo Matos, os três primeiros bispos da diocese; também o Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima e o Padre Lauro Gonçalves Pita.

Nesta data foi celebrada a memória de dezesseis anos de falecimento do terceiro bispo da diocese, Dom Vicente de Araújo.

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