Evangelização além-fronteiras, padre da Diocese de Crato que exerce sua missão em Portugal, recebe a cidadania europeia

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No dia 3 de outubro o Pe. Raimundo Elias Filho, que exerce sua missão sacerdotal como pároco das Paróquias de Mundão, Cavernães e Cepões, Diocese de Viseu, na cidade de Viseu, Portugal, recebeu a nacionalidade portuguesa, cidadania europeia, fato que facilita o seu exercício missionário nos países da Europa, sem maiores burocracias impostas pela lei, e contribui para que através de seu sacerdócio possam nascer novas vocações em meio à crise vocacional existe no continente europeu.

Na história dos 100 anos da Diocese de Crato, esta é a primeira vez que um padre consegue a cidadania estrangeira, fato importante porque durante muito tempo, baseado na colonização brasileira, eram os estrangeiros que vinham até o Brasil e se naturalizava brasileiros e, agora, a Diocese de Crato, como todo o Brasil envia auxílio para evangelização, através de sacerdotes e missionários, para outros países que antigamente os tinham em excesso e hoje possuem em menor quantidade.

O Pe. Raimundo Elias diz ser bem acolhido na Europa, porém o excesso de nacionalismo às vezes dificulta o trabalho missionário exercido por ele, o que com o título de cidadania europeia não acontecerá mais. Agora ele deixa de ser estrangeiro para se tornar um dos europeus com documento de identidade que o permite sair, morar, trabalhar em qualquer um dos 27 países da União Européia. Apesar da burocracia para se conseguir a cidadania durar cerca de um ano, no caso do padre foi realizado em tempo recorde, apenas três meses e meio. “Fiquei muito feliz, mas sou do Crato, recebi esse titulo lá, mas não perco minha nacionalidade de origem. Se tivesse que perder a nacionalidade brasileira eu não aceitaria”, afirmou.

Pe. Raimundo Elias também falou do sonho que tem de voltar ao Brasil. “O sonho da gente mostra onde queremos estar e o meu sonho é voltar para a minha Diocese. Quando terminar o doutorado pretendo voltar. Meu coração está aqui” disse. Sobre o exercício missionário realizado em Portugal o sacerdote falou que a Europa hoje é terra de missão, ao contrário de algum tempo atrás, por isso é necessário que os padres da América Latina, África e Ásia estejam presentes no continente europeu para não deixar morrer os trabalhos de evangelização iniciados por eles em tempos atrás. “Lá não tem vocações, não desperta no coração dos jovens este interesse por isso é necessário estarmos juntos nesse auxílio”, falou.

Pe. Raimundo Elias celebrando a Santa Missa na Cúria Diocesana. (Foto: Patrícia Silva)
Pe. Raimundo Elias celebrando a Santa Missa na Cúria Diocesana. (Foto: Patrícia Silva)

A taxa de natalidade em Portugal é de 1.2 para cada casal, ou seja, um filho para cada cônjuges enquanto no Brasil é uma média de 3 a 4 filhos, o que para o padre gera uma consequência social, mas favorece o calor humano da evangelização. “O fato é que a Europa não tem gente e nós temos gente, não tem padre e nós temos padres, não tem fervor na igreja e nós temos fervor na igreja, então é justo missionariamente que nós possamos contribuir para que este fervor também exista lá”, explicou.

Por este momento importante, para o Pe. Raimundo Elias e para toda Diocese de Crato, está acontecendo dentro do primeiro centenário diocesano, o sacerdote se demostrou emocionado e recordou sua caminhada vocacional até hoje, com 25 anos de ordenação. “Me lembro que, como pároco da Catedral, recém ordenado, eu organizei a festividade dos 75 anos de criação da Diocese de Crato e musiquei o hino que se cantava na Diocese inteira. O prazer de 25 anos atrás eu trago para hoje, somos uma Diocese jovem, começamos agora mas já fizemos muito. Somos privilegiados por termos uma grande presença humana, a Diocese é rica em cultura, em assistência social. Neste primeiro centenário temos a missão de olhar para trás em função do futuro e aprimorar o que de bom já fizemos, corrigir erros que cometemos porque somos humanos. Tenho sensação de gratidão por pertencer a esta Diocese”, afirmou.

O Pe. Raimundo Elias veio a Diocese de Crato para participar do encerramento do centenário diocesano que acontecerá próximo domingo e celebrou a Santa Missa hoje, 17, na Capela da Cúria Diocesana.

O Padre

Pe. Raimundo Elias Filho, que mora em Portugal há 6 anos, é natural da cidade de Jardim- CE e foi o último padre ordenado pelo 3º bispo da Diocese de Crato, Dom Vicente de Araújo Matos, fato ocorrido em 1988. Foi pároco da Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato- CE, por um ano, e logo mais tornou-se pároco da Paróquia de São Francisco, em Crato, por sete anos e meio.

Passou mais dois anos facilitando curso de parapsicologia. Depois mais quatro anos como pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Batateira, em Crato, sendo encaminhado posteriormente para a comunidade das Guaribas, no Sítio Boa Vista, onde exercia trabalho com os leigos voltados para saúde alternativa.

Ganhou uma bolsa de estudo pela Conferencia Episcopal Espanhola, a pedido de Dom Fernando, e hoje está defendendo a tese para conclusão do doutorado que fala sobre Filosofia Clínica, com inclinação voltada para Hipnose Clínica.

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