Para Jesus passar: tapete de Corpus Christi une comunidade no bairro Novo Juazeiro

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Passava das nove da noite desta quarta-feira, dia 25, quando a aposentada Teresa Maria de Sousa, 65 anos, chegou à Igreja Matriz Menino Jesus de Praga, localizada à Avenida Castelo Branco, 3618, no bairro Novo Juazeiro, em Juazeiro do Norte. Vindo de outro bairro, há tantos quarteirões que até perdeu a contagem, ela saiu de casa com os vizinhos, aos gritos, alertando sobre os perigos da aventura. “Tem nada, não, meu povo. Se eu morrer, eu morro mais Jesus”, ela disse, muito convicta, enquanto enrolava o terço no braço.

Caminhando em direção à Praça da Alegria, nas imediações da Matriz, Dona Teresa uniu-se aos mais de quinhentos voluntários, divididos em pastorais, movimentos, apostolados e grupos, que emprestaram disposição, empenho e fraternidade para confeccionar os tradicionais “tapetes de Corpus Christi” nos oito quarteirões por onde a procissão com o Santíssimo Sacramento passaria no dia seguinte.

Com as ruas já interditadas, após as vinte e duas horas, só se avistavam adolescentes, jovens e adultos correndo de um canto a outro com vassouras, baldes de tintas, pincéis e spray, demarcando cada pedaço onde os símbolos litúrgicos, imagens e frases seriam inscritas.

“Eu acho tão bom participar dessas coisas”, gritou uma paroquiana, acenando para a amiga do outro lado da pista. O jovem Rayr Alves da Silva, do grupo “Segue-me”, divertindo-se junto a um grupo de meninos e meninas, também considerou uma “alegria ver toda comunidade reunida em prol do Dia de Corpus de Christi” que, este ano, em atenção à Campanha da Fraternidade e o cuidado com a “Casa Comum”, o meio ambiente, descartou as serragens de madeira e optou por utilizar, apenas, tinta, spray, tampinhas de garrafas e flores.

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(Tapete de Corpus Christi 2016. Foto: Wandemburgo Santana)

Em outras tantas paróquias da Diocese, as ruas também foram enfeitadas. No bairro Novo Juazeiro, a comunidade se organizou para ornamentar aproximadamente 1,5 km de tapetes. Segundo o organizador, Wandemburgo Santana, as ruas, com autorização do Departamento Municipal de Trânsito e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foram divididas em blocos, reunindo cerca de 500 pessoas.

Quando o ostensório, que armazena o Corpo de Cristo na hóstia, carregado pelos sacerdotes e diáconos, saiu pelas nas ruas enfeitadas na manhã desta quinta-feira, o olhar marejado e devoto dos paroquianos demonstrou o orgulho da missão cumprida com união e esforço. Um aceno, uma prece e a vida voltou a seguir, na certeza de que, no próximo ano, lá estarão todos emprestando disposição e fraternidade para preparar o caminho Daquele que nunca cansa de passar no meio do Seu povo.

(O olhar marejado e devoto dos fiéis demonstrou o orgulho da missão cumprida com união e esforço)
(O olhar marejado e devoto dos paroquianos demonstrou o orgulho da missão cumprida com união e esforço)

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