A devoção a Santa Luzia em Jamacaru

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Santa Luzia, mártir em Siracusa, na Itália, no século V, tem seu nome ligado à visão (“Luzia” deriva de “luz”). Por isso é invocada, principalmente, para obter a cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.

Na Diocese de Crato, é em Jamacaru, distrito de Missão Velha, que a devoção a essa santa encontra lugar especial no coração do povo. Lá, a Paróquia é dedicada à Nossa Senhora das Dores, mas Santa Luzia foi elevada co-padroeira. Moradores como a aposentada Vicentina Alves, de 76 anos, contam que a festa costuma reunir gente de toda redondeza, de Abaiara a Porteiras, passando por Jardim e adjacências. “Desde eu pequena que é esse monte de gente. Como ela protege nossas vistas, a gente vem aqui rezar, agradecer as graças alcançadas. Foi o dia 13, nós estamos aqui, não importa o dia que cai, se é dia de semana, se é dia de domingo”, disse.

E assim procedem. Na manhã desta quinta-feira, dia 13 de dezembro, por exemplo, às dez da manhã, com o sol dando sinais de toda sua imponência, a costureira Lúcia Tavares se apressou em buscar lugar perto do andor de Santa Luzia, para acompanhar a missa solene, presidida pelo bispo diocesano de Crato, Dom Gilberto Pastana, concelebrada pelo pároco de Jamacaru, Padre Tales, e o reitor do Seminário Propedêutico, Padre Cícero Luciano, filho da terra.

Do outro lado, a aposentada Teresa Rodrigues contou que foi preciso chegar cedo, para ficar num lugar que permitisse uma boa visão da celebração. Às 8:30, o público superava o número de assentos. Teve quem se aglomerasse nas laterais, pressionado pela quantidade de pessoas. Mas todos, mesmo os que acompanharam do lado de fora, muitos com gurda-chuva, para se proteger do sol, rezaram, louvaram e agradecer a intercessão da santa. E ainda ouviram, atentos, a homilia do bispo. Dom Pastana falou da coragem daquela jovem mulher para reiterar que todos precisam de coragem para enfrentar as provações da vida. Também recordou o valor da prudência, enfatizando o Evangelho das virgens previdentes.

Procissão

Perto das 11:30, uma salva de fogos cobriu a cidade, e o hino de Santa Luzia, entoado a plenos pulmões, convidou os devotos a se organizarem em fileiras, para a procissão. O percurso foi pequeno. Apenas algumas ruas nas proximidades da Matriz. A dona de casa, Ana Rodrigues, acompanhou tudo a pé, como pagamento da promessa que fizera para o filho pequeno. “O sol tá quente, o chão também, mas a gente nem sente”, garantiu. O desejo de agradecer pelo favor alcançado parecia superar qualquer adversidade.

Os festejos alusivos, durante a manhã, foram encerrados com a Benção do Santíssimo Sacramento, momento em que os fiéis, comovidos, agradeceram, mais uma vez, a intercessão de Santa Luzia, fazendo votos de voltarem no próximo ano, “confiando em Deus”.

Por: Patrícia Mirelly/Assessoria de Comunicação

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